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Accenture: 82% dos bancos vão migrar mais de metade dos workloads para a cloud

Um estudo da consultora mostra que a maior parte dos bancos vai, finalmente, adoptar a cloud em toda a sua plenitude. O objectivo é que as funções core tenham uma maior agilidade e segurança.

Bethany Drouin/Pixabay

A migração de mainframe é uma etapa importante da transformação digital do sector bancário e, segundo o relatório ‘The great cloud mainframe migration: what banks need to know’ (o quarto volume da série Banking Cloud Altimeter), 80% dos bancos têm planos ou já estão a fazer esta transição para a cloud. Contudo, apesar de a maior parte já ter aplicações na nuvem, ainda usa tecnologia de mainframe para a maioria das funções core do negócio.

O estudo da Accenture, que inquiriu 150 executivos de TI e inovação de bancos em dezasseis países, mostra que o legacy dos mainframes vai, finalmente, começar a ser uma realidade do passado e que 82% planeiam mover mais de metade desses workloads para a cloud; 22% querem, mesmo, migrar mais de três quartos das aplicações.

A nuvem pública é a opção preferida para migração, com 63% dos bancos a escolher este ambiente, seguida da cloud híbrida, com 31%, e da nuvem privada, com 6% das preferências. A cloud é ainda vista pelas instituições bancárias, não só como uma oportunidade para melhorar a velocidade e agilidade (43%); a segurança (41%); e a capacidade de escalar recursos (37%), mas também de redução de custos, já que 91% dos inquiridos diz que o custo de manutenção de mainframes aumentou nos últimos anos.

Mas há barreiras para esta migração dos sistemas core para a cloud. Os entrevistados referem como principais entraves a disrupção do negócio; a falta de conhecimento sobre o funcionamento do código; a capacidade de atrair e reter o talento tecnológico certo; e a regulação de riscos de segurança e compliance.

A importância do talento
Luís Pedro Duarte, vice-presidente e responsável pela área de serviços financeiros da Accenture em Portugal, explica que a passagem do mainframe para a cloud é vital para a sobrevivência dos bancos: «Perante o aumento das taxas de juros, da concorrência das fintechs e do aumento da concorrência em produtos e canais digitais, os bancos precisam da cloud para os ajudar a impulsionar rapidamente a inovação de produtos e serviços bancários». Além disto, o uso de novas tecnologias é também fundamental para atrair novos profissionais, uma vez que o talento «não vê carreira em tecnologias com mais de trinta anos». Segundo o estudo, 58% dos legacy mainframes tem entre cinco e dez anos; 27% têm entre onze e vinte anos; e 9%, até trinta anos.

De acordo com o responsável, «os bancos de sucesso estão a reformular as suas culturas ao criar roadmaps para as skills de que precisam, no futuro, a desenvolver estratégias para contratar novas pools de talento e a requalificar a sua força de trabalho»; Luís Pedro Duarte avisa que «enfrentar os desafios de talento será crucial para os bancos alcançarem as suas metas de migração de mainframe, nos próximos anos».

Sobre as necessidades de talento necessárias, o estudo mostra que os líderes inquiridos procuram maioritariamente colaboradores com competências de cibersegurança (47%) e de soluções de cloud (46%).