O ransomware tornou-se um verdadeiro pesadelo para as empresas em todo o mundo. No ano passado, mais de metade sofreu um ataque desse malware capaz de criptografar arquivos e sequestrar computadores. Na maioria dos casos, as empresas sofreram não um, mas dois ataques. A maioria também considera uma prioridade impor medidas para minimizar o ciberrisco. «Os ciberataques são uma ameaça muito real para organizações de todas as dimensões, e infelizmente têm o potencial de criar uma perturbação tão grave que podem pôr em perigo a saúde das organizações, e podem mesmo deixá-las fora do mercado», explicou no encontro virtual Kris Hagerman. «Nunca foi tão importante como agora, para empresas de todos os tipos e dimensões, fazer da cibersegurança uma prioridade. Por outro lado, os custos potenciais de exposição e erro nunca foram tão elevados», enfatiza o executivo.
O Sophos Cyber Threat Report 2021 deixou claro que o cenário de ameaças continuará a piorar no próximo ano. O estudo alerta que as ameaças quotidianas, como malware básico, os chamados loaders, as botnets e agentes de acesso inicial nas mãos de cibercriminosos exigirão mais atenção das empresas.
Embora todas essas ameaças pareçam discretas, podem causar estragos ao serem capazes de armazenar dados, partilhá-los com uma rede de comando e controlo e seguir as suas instruções. Para os próximos meses, também se espera um compromisso com a «extorsão secundária», que, além da criptografia de dados, ameaça publicar informações confidenciais. Aliás, Maze, RagnarLocker, Netwalker e REvil já estão a fazer precisamente isso. Outra táctica que será observada é o abuso de ferramentas legítimas para evitar a detecção até que o ataque possa ser lançado.
O evento online, que reuniu cerca de mil profissionais e especialistas em segurança, contou com a presença de Ricardo Maté, responsável da Sophos em Portugal e Espanha, que partilhou os resultados da empresa no mercado ibérico.
Ibéria cresceu 23%
Nesta geografia, a empresa registou um crescimento de 23% nos primeiros seis meses do ano fiscal de 2021, em comparação com o período anterior, o que oferece «um crescimento muito saudável que demonstra que as empresas confiam cada vez mais na Segurança Sincronizada da Sophos», comentou Maté.
A empresa revelou ainda ter conquistado 2.300 novos clientes por ano e adicionado novos elementos ao canal ibérico, tendo já realizado transacções com 720 parceiros este ano. «Isto também se reflecte no negócio dos serviços geridos (MSP), que cresceu 60% este ano».
Globalmente, a Sophos espera facturar 900 milhões de dólares este ano fiscal, tem 450 mil clientes e, em média, as suas soluções crescem em vendas 30% ao ano.
O Threat Report 2021 destaca ainda como a pandemia da COVID-19 afetou o cenário da cibersegurança. O principal impacto reflecte-se nos novos desafios de segurança trazidos pelo trabalho a partir de casa utilizando redes pessoais protegidas por níveis de segurança muito diferentes. A expansão do perímetro das redes empresariais aumentou o valor das redes domésticas, agora consideradas a última linha de defesa contra um ciberataque. Por outro lado, os ambientes cloud têm suportado com sucesso o peso das novas necessidades empresariais, mas continuam a aportar novos desafios de cibersegurança.
O executivo acredita que o contexto de pandemia veio acelerar a transformação digital em dois ou três anos e que a cibersegurança está a tornar-se mais importante do que nunca. «Os cibercriminosos visam todos os sectores». Por isso a estratégia de soluções da empresa foca na simplicidade, nas pessoas e na proactividade. «A cibersegurança é um desporto interactivo e proactivo; os ‘maus’ continuamente sofisticam os seus métodos».