Complementaridade. Esta é a palavra que melhor parece assentar ao negócio que resultou da compra da Panda Security pela WatchGuard Technologies. A empresa compradora precisava de encontrar um portfólio de endpoint e a empresa comprada tinha a solução.
A WatchGuard tinha anunciado a assinatura de um acordo definitivo para a aquisição da Panda em Março deste ano, justificando que esta compra permitiria que os seus clientes e parceiros ( actuais ou futuros) consolidassem os seus serviços de segurança fundamentais, da protecção de redes até ao endpoint, numa única empresa.
A aquisição, agora concluída da Panda Security, e a subsequente integração do seu portfólio na WatchGuard Cloud, representam, segundo a empresa, um marco significativo para a organização, resultando «em benefícios imediatos e de longo prazo para os clientes e parceiros, que terão a possibilidade de responder aos desafios comuns de complexidade da segurança, alterando rapidamente as topologias de rede, os modelos de compra e muito mais».
A empresa avançou que o foco imediato da organização resultante desta aquisição é fornecer aos parceiros e clientes de ambas as empresas acesso ao portfólio recém-expandido de soluções de segurança, nomeadamente funcionalidades de detecção avançada e de resposta a ameaças, alimentada por recursos de IA, técnicas de perfil de comportamento e correlação de eventos de segurança de ponta, além da gestão centralizada da rede e dos endpoints.
Impacto em Portugal
Em Portugal, o impacto é, desde logo, na presença directa da empresa no mercado, apoiada por cinco elementos que irão responder às necessidades do canal e os clientes. Carlos Vieira, country manager da WatchGuard Technologies Portugal, explicou a situação em conferência de imprensa: «Mais que portfolio, ganhámos uma equipa, porque a WatchGuard não tinha uma presença física em Portugal». Com esta aquisição, a WatchGuard vê ainda a migração do seu negócio para Tier 2, contando com mais de 1700 parceiros certificados em 120 países.
Carlos Vieira confirmou aos jornalistas que muitos clientes já estão a migrar para o novo programa WatchGuard One e destacou como mais-valias a «facilidade de instalação e gestão» das soluções da empresa. O country manager disse ainda que o objectivo é desenvolver e comercializar uma «plataforma simplificada» mas com «segurança avançada».
Fazer a migração da empresa em tempos de pandemia não foi propriamente fácil, confessou Carlos Vieira, até porque a sede é em Seattle. Apesar de tudo, classificou esta transição como «fantástica», apoiada em ferramentas de videoconferência, incluindo a integração e migração dos serviços e produtos.
Canal ganha prioridade
António Correia, director de vendas para o mercado nacional, explicou no evento que o canal é «fundamental» para a estratégia da empresa. Em Portugal, a WatchGuard tem 25 parceiros certificados e duzentos parceiros activos. O programa WatchGuard One inclui a formação em vendas, formação técnica, produtos para demos e utilização interna. Quanto à marca Panda, deverá manter-se no mercado nacional até porque é «forte em algumas regiões», disse Maria Costa, Field Marketing Specialist da Panda.
O crescimento, mesmo em tempos de pandemia, tem sido favorável e de «duplo dígito», destacou Carlos Vieira, com perspectivas de se «manter em linha» para o quarto trimestre.