Questionada sobre quais os grandes desafios que as empresas geralmente enfrentam ao implementar soluções de analítica preditiva, Ayise Trigueiros enfatizou o facto de mais importante do que recorrer a um software analítico é estar dotado dos recursos certos, com competência e dedicação a esta área. «Existe uma procura muito elevada pelos denominados cientistas de dados, pois são eles que, em última instância, condicionam o sucesso da implementação de soluções em análise preditiva».
Para a responsável, maximizar o valor da análise preditiva é um processo contínuo que envolve o alinhamento das iniciativas de análise com os objectivos do negócio, mantendo a qualidade dos dados e promovendo uma cultura de tomada de decisão baseada em dados: «Requer um compromisso com a melhoria contínua e a adaptação às mudanças nos cenários empresariais e tecnológicos. Em suma, incorporar essa metodologia requer planeamento, implementação adequada, monitorização contínua e o compromisso com a tomada de decisão baseada em dados».
O poder de reter os clientes
O SAS traz-nos um exemplo prático: uma empresa líder em telecomunicações, ao abraçar a analítica preditiva, transformou a sua estratégia de retenção de clientes. Utilizando machine learning, analisou padrões de uso, feedbacks e interacções dos clientes para prever quais estavam em risco de ‘churn’. Com base nestes insights, a empresa desenvolveu campanhas de engajamento personalizadas, resultando na retenção de uma grande percentagem de clientes que, de outra forma, teriam saído, garante Ricardo Galante, senior analytics customer advisor no SAS Portugal. «Esta intervenção, guiada pela analítica, não apenas salvou receitas significativas, como também melhorou a imagem da marca no mercado».
No entender deste especialista, a analítica preditiva tem assumido uma relevância extraordinária no panorama empresarial actual: «Empregando técnicas avançadas, como machine learning e deep learning, as organizações podem antecipar tendências, comportamentos e desfechos com uma precisão cada vez mais aguçada. Esta capacidade de prever o futuro tem revolucionado a tomada de decisões nos negócios».
