Reportagem

Building The Future: ecossistema Microsoft já trouxe 4,9 mil milhões de euros à economia nacional

A quarta edição do evento dedicado à transformação digital mostrou como a tecnologia e a inovação vão ser vitais para dar resposta a alguns dos maiores problemas globais. O Building The Future (BTF) mostrou ainda como o ecossistema Microsoft tem contribuído para tornar Portugal num país mais competitivo.

O poder da cloud
A nuvem continua a ser uma peça fundamental na transformação das empresas: David Carmona, general manager de strategic missions and technologies da Microsoft, disse que, em quinze anos, a cloud «ainda não atingiu todo o seu potencial». O responsável explicou que existem três grandes áreas de inovação na nuvem: «A computação ubíqua, ou seja, em qualquer lado, a inteligência artificial e as experiências imersivas». David Carmona apontou ainda quais as tecnologias que vão permitir mais inovação para conseguir extrair mais poder da cloud no futuro: «O 5G, que permitirá um novo paradigma de aplicações conectadas; a IA e a computação quântica, quando conseguirem a escalabilidade necessária para resolverem os problemas mais difíceis do mundo; e por último, a junção do raciocínio das máquinas e dos humanos que mudará a forma como colaboram entre si e como as pessoas usam as máquinas». Todas estas tecnologias deverão ser um «enabler para inovar através da cloud e chegar ao objectivo final, que é o crescimento empresarial» – para isso, é preciso «juntar a estratégia a uma cultura de inovação que inclua todos os colaboradores» porque, como esclareceu David Carmona, a inovação é «permitida pela tecnologia, mas é impulsionada pelas pessoas».

Cibersegurança é fulcral
No painel do BTF dedicado à economia do cibercrime, António Gameiro Marques, director-geral do Gabinete Nacional de Segurança e do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), revelou que o «período de sensibilização [das empresas] já passou e que é preciso agir». É por isso que o GNS quer que a formação comece pelos jovens e «está a colaborar com a Direcção-Geral da Educação para a cibersegurança passar a ser um conteúdo transversal» desde cedo e desenvolveu «formações com universidades e politécnicos do País» para «formar 9800 pessoas até ao primeiro trimestre de 2026», algo que reconheceu ser «ambicioso».

Sobre o cibercrime em Portugal, Carlos Cabreiro, director da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da Polícia Judiciária, avançou que os ataques «cresceram exponencialmente nos últimos dois anos» e «todo o tipo de criminalidade participada representa já entre a 52 a 55% dos casos». Além disso, o responsável destacou que o que caracterizou este ano e meio de ciberataques «não foi tanta a motivação patrimonial», mas sim a «destruição de dados», algo que considera bastante «grave», já que «não se sabe como essa informação vai ser utilizada no futuro».

A aplicação do Decreto-Lei 65/2021, que define as obrigações das organizações que prestam serviços críticos, foi outro dos temas discutidos – António Gameiro Marques avisou que, até Agosto de 2022, o CNCS teve uma «postura pedagógica», mas que isso mudou, porque «não funcionou muito bem». Assim, foram já notificadas «cerca de quatrocentas entidades» e, em breve, serão «aplicadas coimas». O responsável sublinhou que o que está a ser feito é para «o bem do País». O director-geral do GNS recomendou ainda que as PME de cada sector se «unam», pois, assim, têm «mais potencial para fazer face aos ciberataques». António Gameiro Marques desafiou ainda as associações empresariais a «disponibilizarem serviços de cibersegurança aos associados», já que, assim, é possível as «pequenas e médias empresas terem uma ciber-resiliência mais «eficaz e eficiente do que se agirem sozinhas».