Reportagem

BI4ALL mostra como os dados vão ajudar a criar o futuro

O Tomorrow'22 reuniu parceiros e clientes da BI4ALL e mostrou como os dados, a analítica e a inteligência artificial são fundamentais para criar o futuro. A tecnológica falou ainda da importância das soft skills e da sua jornada para a cloud.

Na terceira edição do evento, que decorreu na Cidade BI4ALL, em Lisboa, José Oliveira, CEO da empresa, destacou que a tecnológica, que comemorou dezoito anos em 2022, «já realizou mais de 1500 projectos nacionais e internacionais» e «abriu, este ano, o primeiro escritório fora de Portugal, na Suíça». O responsável salientou que a BI4ALL teve de se adaptar, nos últimos anos, tal como o resto do mundo, devido à pandemia e à guerra; o CEO lembrou que se vivem tempos de VUCA (o acrónimo em inglês de ‘volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade’). Assim, a gestão das empresas é «mais difícil e complexa», mas a tecnologia pode ajudar porque «apenas sistemas de inteligência artificial sabem lidar com a complexidade existente», visto que «os humanos não conseguem fazê-lo».

José Oliveira sublinhou que é preciso «reaprender a andar, ou seja fazer uma readaptação ao mercado» e que a «única forma de sobreviver é pensar fora da caixa, com a ajuda da tecnologia, da inovação, da criatividade e usando os dados». Contudo, o responsável alertou para o facto de os dados não serem apenas informação: «É preciso usar analytics para extrair conhecimento», pois só assim é que as empresas podem fazer a sua «transformação digital» e estarem preparadas para o futuro.

Dados vs. conhecimento
O Tomorrow deste ano foi o primeiro em que Nuno Barboza, strategic commitee & executive board member da BI4ALL, participou como colaborador da empresa e não como cliente. O responsável disse que os «dados vão ser cruciais para navegar no mundo VUCA» e que «as empresas que «sejam capazes de se adaptar mais rapidamente são as que serão bem-sucedidas».

Nuno Barboza esclareceu que é preciso ter em conta que «os dados não são informação» e que a «informação não corresponde a insights de conhecimento». O mais recente membro do board da empresa revelou como se transformam dados em conhecimento: «É aqui que entra a inteligência artificial. As empresas estão a investir cada vez mais nestes algoritmos, que estão a ajudar a tomar as decisões certas e a inovar, para aumentar a eficiência e reduzir os custos». No entanto, não é fácil fazer com que a IA funcione nas empresas – Nuno Barboza lembrou que é preciso «colocar ferramentas de inteligência artificial nas mãos do utilizador final para escalar a tecnologia dentro da organização» e necessário «tornar a IA humana e ética». O responsável deixou uma mensagem final: «Todas as organizações, neste momento, através da sua transformação digital, estão a criar dados como nunca e as empresas, como a BI4ALL, ajudam a transformar dados em informação e a informação em conhecimento, para libertar o poder dos dados».

Nuno Barboza

Uma estratégia com base nos dados
Nas empresas, «qualquer inicitiva digital é um processo de transformação digital» salientou Mohan Subramaniam, professor de estratégia e transformação digital da Digital IMD Business School. O responsável referiu que isto «é um problema» e explicou por quê: «Estamos a investir muito dinheiro nestas iniciativas e não pensamos na criação de valor que estas tecnologias podem proporcionar aos nossos modelos de negócio». É por isso que é necessária «uma estratégia competitiva», para tirar partido do «ecossistema digital». O professor disse que, «nos últimos dez anos, as empresas cujas receitas são provenientes dos dados são as mais valiosas do mundo» e que as «incumbentes têm de expandir a sua perspectiva de produtos para dados e criar uma estratégia competitiva para conseguirem sobreviver na economia digital».

Para isso, Mohan Subramaniam falou da diferença em ter «dados episódicos e dados interactivos», uma vez que as empresas nativas digitais operam com este último tipo, ou seja, «dados que permitem ter interacções com os utilizadores e saber mais sobre os seus interesses». O docente deu o exemplo da Amazon, quando se «pesquisa e vê diversos produtos no site, mesmo quando não se compra nada», em oposição aos dados episódicos originados: por exemplo, «uma compra de um produto numa loja física origina muito menos informação».

Segundo Mohan Subramaniam, os dados que permitem interagir com os utilizadores «oferecem insights e perfis ricos», possibilitam a «partilha de dados em tempo real entre plataformas», criam «ecossistemas digitais» e oferecem «novos serviços».

Assim, as organizações devem pensar em como «os produtos se podem tornar condutores para dados interactivos», para «abrir todo um novo conjunto de oportunidades de negócio». Mohan Subramaniam explicou que algumas empresas têm «miopia digital» que «é a incapacidade de verem os dados como um elemento gerador de valor».

A importância do talento
Rui Afeiteira, CIO da BI4ALL, referiu que, actualmente, o desafio é «decidir que tecnologias devem ser usadas» já que existem «centenas de opções»; por isso, há «a necessidade constante de fazer upskilling», para que os profissionais conheçam novas ferramentas, mas também «a reconversão, ou seja, o reskilling para garantir equipas multidisciplinares e com colaboradores que podem desempenhar diferentes papéis». Tudo isto para que a BI4All «mantenha o grau de especialização que é essencial para o seu sucesso» e consiga «aumentar a retenção de talento».

Mas não são só as hard skills que são importantes, «as soft skills são cada vez mais essenciais e estão a evoluir», como afirmou Inês Lemos, talent manager da BI4ALL. Na tecnológica nacional, as competências mais valorizadas são «a habilidade de aprender, a empatia, o pensamento crítico, a criatividade e o foco». No entanto, há ainda outros elementos essenciais dentro da empresa como uma «mentalidade de crescimento, que vê as falhas como uma oportunidade para crescer» e uma «abordagem de aprendizagem ao longo da vida» para que os colaboradores não fiquem «obsoletos».

Rui Afeiteira e Inês Lemos

A responsável salientou ainda que, na BI4ALL, há uma «cultura de aprendizagem assente em ferramentas de treino de soft skills e técnicas, entre outras, e uma experiência personalizada de aprendizagem e adaptada a cada colaborador, para que possam aprender ao seu ritmo»; outro elemento fundamental é a «ajuda dos líderes de equipa e da empresa» neste processo. Rui Afeiteira realçou ainda que «é preciso haver um equilíbrio entre as soft e as hard skills», sendo que «devem convergir» para que os «objectivos finais da empresa sejam atingidos»

Mudar para a cloud
A BI4ALL partilhou a sua experiência na transição para a cloud, onde o foco é ter uma «camada de dados comum para projectos e diferentes programas», esclareceu Sérgio Carvalho, associate manager da empresa. A jornada do on-premises para uma cloud híbrida permitiu «partilhar recursos e plataformas, uma maior escalabilidade, reduzir os custos com a infraestrutura e o tempo de manutenção». O responsável salientou ainda que tudo começou com «um pequeno projecto, sem causar disrupção ao negócio», de forma a «garantir que tudo estava a funcionar correctamente»; só depois, a empresa avançou para a restante migração, que ainda não está concluída. Sérgio Carvalho falou também da «importância do planeamento» para saber se a empresa está no caminho certo; o responsável lembrou ainda que é preciso «dar tempo para as pessoas aprenderem a lidar com a nova tecnologia».