Ser ou não ser?
Há um grande entusiasmo pelo facto de Portugal ser, hoje, a localização primordial para a instalação de centros tecnológicos; a maioria dos responsáveis concorda com o facto de o País ser, sem dúvida, o hub tecnológico da Europa – e até aspirar a ser algo mais. Uma dessas organizações é a Natixis; Etienne Huret, director-geral da empresa em Portugal, que acredita que o País «pode mesmo ser o próximo Silicon Valley» e que tem «um ecossistema tecnológico dinâmico, caracterizado por um espírito empreendedor e de inovação, com talento de excelência altamente qualificado» e que «o contínuo investimento no turismo, na educação, na cultura, na promoção de eventos e comunidades internacionais, traz o contexto ideal para que se continue a desenvolver como um tech hub».
O presidente da Porto Tech Hub, Luís Silva, diz que, apesar do «rápido crescimento e reconhecimento», Portugal «ainda não chegou ao pico, no que respeita à exploração tecnológica». Ao comparar a situação do País com a de outros centros europeus, Luís Silva diz que é possível afirmar «haver espaço e tempo para crescer». O responsável acredita que «o pico do desenvolvimento tecnológico português», que «permitiria alcançar patamares como o de Silicon Valley, ainda está longe»; contudo, isso só pode ser visto como «uma oportunidade para as empresas nacionais, internacionais e para o talento nas TI».
Sobre a forma como a iniciativa a que preside tem ajudado a impulsionar o papel de Portugal como tech hub, nomeadamente no Norte, Luís Silva revela que existiu um «visível desenvolvimento da área tecnológica no Porto», bem como o «aumento de empresas do sector presentes na cidade desde 2015».
Uma referência na Europa
A Volkswagen Digital Solutions (VWDS) tem um centro tecnológico em Portugal e «concorda» com o facto de o País ser um dos principais tech hubs a nível europeu e até mundial. Rui Martins, responsável da marca, adianta que existe mesmo «um fenómeno muito interessante de FOMO (Fear of Missing Out)», em que pessoas do sector das tecnologias na Europa e grandes personalidades «não querem perder o que está a acontecer em Portugal».
O responsável sublinha que o centro nacional «vai de vento em popa», já que em dois anos praticamente duplicou o número de colaboradores: «Podemos anunciar mais projectos que vêm para Portugal e um fortalecimento da marca que não passa despercebida à casa-mãe na Alemanha. Somos cada vez mais uma empresa de referência dentro do grupo VW e ninguém tem dúvidas de que a criação da VWDS em Portugal foi uma aposta vencedora».