Reportagem

Google Data Cloud Summit: dados já ‘ultrapassam’ os analistas

Houve várias inovações de data cloud reveladas durante o Google Cloud Summit. Entre as principais, estão as que permitem que clientes lidem com dados ilimitados em todas as cargas de trabalho, estendendo o acesso a todos - não apenas aos analistas.

Não há como fugir aos dados. Hoje, estão em todo o lado, em todos os formatos, desde disponibilizados em fluxos em tempo real a estenderem-se por muitos data centers e nuvens diferentes, espalhados um pouco por todo o mundo. Das análises à engenharia de dados, passando pela IA/ML e aplicações orientadas por dados, a forma como hoje as empresas e mesmo particulares tiram partido e partilham dados continua a alargar-se, garante a Google que realizou o seu Data Cloud Summit, um evento que continua a ser apenas virtual.

A empresa norte-americana admite que, hoje, os dados vão além do analista e impactam cada funcionário, cada cliente e cada parceiro. Com o crescimento dramático da quantidade e tipos de dados, cargas de trabalho e utilizadores, o mercado encontra-se no que a Google define como «ponto de inflexão» em que as arquiteturas de dados tradicionais – mesmo quando implementadas na cloud – não conseguem libertar todo o seu potencial. «Por isso mesmo, o fosso entre os dados e o valor extraído (data-to-value gap) está a crescer».

BigLake é uma das grandes novidades
Para enfrentar estes desafios, a empresa lançou várias inovações de cloud ao nível dos dados que permitem que os clientes «trabalhem dados sem limites, em todas as cargas de trabalho, e estendam o acesso a todos». Estes anúncios incluem fluxos de alterações no BigLake e Spanner para unificar ainda mais os dados do cliente, ao mesmo tempo que garantem que são disponibilizados em tempo real, bem como o Vertex AI Workbench e o Model Registry para diminuir o data to AI value gap.

Para colocar os dados ao alcance de qualquer pessoa, a Google anuncia uma experiência unificada de business intelligence (BI) que inclui uma nova integração do Workspace, juntamente com novos programas que têm como objectivo reforçar, ainda mais, o ecossistema de parceiros data cloud da Google. «Estamos a anunciar a preview do BigLake, um motor de armazenamento data lake para remover os limites de dados através da unificação de data lakes e data warehouses», disse Gerrit Kazmaier (na foto), vice-presidente e general manager de database, data analytics & looker.

O executivo salientou no evento que, com o BigLake, os clientes ganham controlo de acesso refinado com uma API que abrange a Google Cloud e formatos de arquivos abertos como o Parquet, bem como motores de processamento em código aberto como o Apache Spark. «Estes recursos estendem uma década de inovações com o BigQuery para os data lakes na Google Cloud para garantir uma arquitetura open lake house flexível e económica».

Inovações na plataforma Vertex
O gigante norte-americano anunciou ainda inovações na plataforma Vertex IA que «irão proporcionar aos clientes uma experiência ainda mais simplificada para colocar modelos de IA em produção mais rapidamente e facilitar ainda mais a manutenção». O denominado Vertex AI Workbench, que agora está disponível para todos, traz dados e sistemas de ML para uma única interface, para que as equipas tenham um conjunto de ferramentas comum de análise de dados, ciência de dados e aprendizagem de máquina, explica a empresa na documentação cedida no evento.

Melhor interação com os dados
O Connected Sheets for Looker e a capacidade de acesso aos modelos de dados Looker no Data Studio foi outro dos lançamentos do evento. A empresa explica que os clientes podem agora interagir com os dados da forma que escolherem, seja através do Looker Explore, de uma Folha Google ou através da interface de arrastar e soltar do Data Studio.

«Isto tornará mais fácil para todos aceder e desbloquear insights de dados para impulsionar a inovação e tomar decisões baseadas em dados com esta nova plataforma unificada de business intelligence (BI) do Google Cloud». A marca garante que esta experiência unificada de BI «facilita o acesso a dados corporativos governados e confiáveis, a incorporação de novos conjuntos de dados e cálculos e a colaboração com colegas».

Foco nos parceiros
Entre outros anúncios, o foco foi igualmente para os parceiros. «A redução do data-to-value gap com estas inovações de dados não seria possível sem o ecossistema incrível de parceiros». Segundo dados fornecidos pela empresa, existem mais de setecentos parceiros de software que alimentam as suas aplicações recorrendo à Cloud de dados da Google. «Os nossos clientes querem as melhores soluções de parceiros que estejam totalmente integradas e otimizadas com produtos como o BigQuery. É por isso que hoje anunciamos o Google Cloud Ready – BigQuery, uma nova validação que reconhece soluções que cumprem um conjunto de requisitos funcionais e de interoperabilidade».

A marca anunciou ainda um novo Programa de Migração de Base de Dados para «ajudar os clientes a acelerar de forma rápida e transparente a migração local e de outras clouds para os serviços de base de dados, líderes de indústria, da Google». Isto inclui ferramentas, recursos e experiência de parceiros como a Deloitte bem como incentivos para compensar o custo da migração de base de dados: «Estamos comprometidos com a inovação contínua com as principais empresas de dados e analytics nas quais os nossos clientes estão a investir».