A falta de profissionais na área da tecnologia é uma realidade sentida em todo o mundo e também em Portugal. Segundo as estimativas da União Europeia, só no País, deverão passar a existir 160 mil pessoas a trabalhar em TI em 2023, correspondendo a um aumento de 33% desde 2020. Dado que os alunos formados em universidades não são suficientes para chegar a este número, muitos terão de vir de processos de reconversão profissional e escolas de código, como é o caso da 42 Lisboa.
A Axians está atenta à situação e, por, isso decidiu fazer uma parceria que vai permitir à empresa «aceder a talento altamente especializado e, também, disponibilizar à equipa uma plataforma de ensino diferenciada», explica Carmo Palma, managing director na Axians Portugal.
Sobre a escolha da 42 Lisboa, Tiago Roxo (na foto), head of human development da empresa, revela que esta tem um modelo de ensino diferente: «Na 42 os alunos não têm professores, nem aulas tradicionais, sendo incentivados a desenvolver a sua autonomia na procura de conteúdos e aprendizagens, com sentido pleno de responsabilidade pela dimensão e latitude do seu sucesso educativo. Isto cria um grande sentimento de empowerment nos alunos, que casa na perfeição com a nossa matriz cultural».
Para o director da 42 Lisboa, Pedro Santa Clara, o apoio de grandes players da tecnologia como a Axians, permite «não só continuar a oferecer o curso de forma gratuita, como impulsiona a criar novos desafios aos alunos mais alinhados com as necessidades de mercado».
Equipas diversas e mais ágeis
Em 2022, a Axians prevê «contratar mais de trezentos profissionais» e espera que a parceria com a 42 Lisboa ajude neste aspecto, salienta o responsável: «Obviamente que esperamos que esta parceria seja mutuamente benéfica e acreditamos que os profissionais formados nesta escola serão uma enorme mais-valia para os nossos desafios futuros. Teremos portas abertas para todos os profissionais que sintam que a Axians poderá ser um bom ecossistema para o seu desenvolvimento profissional».
Além disso, a empresa vê ainda outra vantagem, já que lhes permite «reforçar as equipas com pessoas muito diversas», diz Tiago Roxo. Isto revela-se importante, porque «as equipas com maior diversidade são mais completas e conseguem atingir melhores resultados», pelo que a inclusão de pessoas com «backgrounds muito diferentes, traz às equipas mais agilidade, tolerância e capacidade de insight».
A Axians Portugal tem um plano claro de atracção e retenção de talento que passa essencialmente pelo contributo para um mundo e um Portugal melhores, esclarece o head of human development: «Trabalhamos em projectos críticos para a sociedade, com clientes e “sistemas centrais” para a vida dos cidadãos. A generalidade das pessoas identifica-se profundamente com o impacto social em que têm a oportunidade de participar ou vir a participar».
Além disso, a tecnológica investe «muita energia no desenvolvimento dos colaboradores», faz o «patrocínio constante do espírito empreendedor, da solidariedade e, acima de tudo, da confiança» e tem «um plano de benefícios competitivo». Mas Tiago Roxo destaca que «são o sentimento de propósito maior, modo de estar e crescimento que fazem as pessoas valorizarem a sua jornada de vida na Axians».
A tecnológica é uma das empresas fundadoras do programa de reconversão UpSkill e tem ainda diversas academias de forma a ajudar a combater a falta de profissionais e de competências digitais.
