A Farol, lancada hoje, é a primeira aceleradora concebida para identificar e acelerar soluções tecnológicas que contribuam para mitigar e reduzir a escravatura e o trabalho forçado dentro das cadeias de produção.
O projecto resulta da colaboração da Partnerships For Humanity, consultora portuense; a beta-i, consultora de inovação colaborativa; e a Fundación Española Por Los Derechos Humanos (FĒDDHH) e conta com o apoio do Governo através do programa Portugal Inovação Social.
Além disso, a Farol tem também a participação da TrustLaw, serviço mundial pro bono da Fundação Thomson Reuters, da Parley For The Oceans, da Walk Free e The Fair Cobalt Alliance.
Segundo a aceleradora, o programa será dividido em duas vertentes: «a primeira será para apoiar startups tecnológicas motivadas pela concretização de um propósito e projectos de ONG especializadas em tecnologia que estejam em fase inicial de desenvolvimento de produto; e a segunda vertente apoiará startups já com um produto final e com clientes que pretendam acrescentar a redução da escravatura moderna aos seus objectivos».
A Farol está, neste momento, à procura 15 startups tecnológicas para integrá-las num programa de aceleração de seis meses, cinco das quais pretende-se que sejam provenientes de países em desenvolvimento. As candidaturas podem ser feitas através do website da Farol até 31 de Agosto.
O programa está aberto tanto a startups em fase de pré-lançamento como em fase inicial, mas também a projectos de ONG e organizações que trabalham em blockchain, inteligência artificial, machine learning, processamento de linguagem natural, reconhecimento de imagem, big data e geolocalização.
Raúl Celda, co-fundador da Farol, explica o programa: «A tecnologia está numa posição única no caminho a fazer em prol dos Direitos Humanos e na concretização de mudanças sociais. A Farol pretende identificar e apoiar projectos que terão um impacto genuíno na luta contra a escravatura moderna».
A Organização Internacional do Trabalho estima que existem, actualmente, cerca de 40,3 milhões de pessoas a viver sob alguma forma de escravatura. A nível global, mais de metade encontra-se em trabalho forçado, o que significa trabalhar contra a sua vontade e sob intimidação ou coerção. As mulheres e raparigas representam 71% de todas as vítimas da escravatura moderna e 10 milhões são crianças.