Reportagem

Easypay: pagamentos digitais são fundamentais para o comércio físico

No evento easypay Talks, a fintech mostrou como os pagamentos digitais foram cruciais na situação da COVID-19 e como vão continuar a ser vitais para o comércio, seja físico ou online.

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Os pagamentos digitais estão em crescimento e já o estavam antes da pandemia, mas a situação decorrente da COVID-19 veio acelerar o processo e a easypay, que tem um sistema de pagamento online, realizou um webinar onde explicou a crescente importância das soluções de pagamento digital e de que forma estes foram (e vão continuar a ser) importantes para o comércio físico.

Madalena da Cunha, new business development manager da fintech, revela que «a estratégia dos pagamentos tem ganho uma importância enorme ao longo dos últimos anos e hoje até se pode dizer que é uma área muito prioritária para qualquer empresa». A responsável esclarece que, como providers de pagamento, a empresa vê «inovação no mercado com uma evolução exponencial», dando exemplos como «as transferências em real-time, wallets digitais, QR Codes, NFC, entre outros, que vieram desafiar as estruturas actuais e os economics dos pagamentos, em especial no retalho».

Madalena da Cunha salienta, assim, que dado que «a prioridade é dar a melhor experiência ao utilizador para o fidelizar», as soluções de pagamento e os pagamentos digitais «são cada vez mais importantes» neste processo porque «permitem dar repostas às exigências do consumidor».

O cliente é o mais importante
Os tempos estão a mudar e se «o plástico e o dinheiro dominaram durante décadas, o dinheiro digital chegou de vez», diz Sebastião Lancastre, CEO e fundador da easypay, que revela ainda a importância desse facto: «O dinheiro digital traz-nos mais do que o pagamento em si, traz-nos informação à volta dele. No comércio local, quando é efectuado um pagamento, o comerciante não fica com os dados do comprador e não sabe quem é que lá passou. O dinheiro digital permite que sejam criadas soluções que permitem saber mais alguma coisa sobre os clientes, como dados sociodemográficos para ajustar o negócio».

Na pandemia, muitos negócios precisaram de soluções de pagamento, quer as lojas físicas, quer as novas lojas online que surgiram, mas o responsável da easypay considera que o «o verdadeiro desafio que está hoje em cima da mesa para os negócios físicos é se os TPA vão acabar e por que meio serão substituídos: pagamentos NFC, designados ‘contactless’, por QR code, ou outros». Sebastião Lancastre acredita que só o tempo o dirá, já que serão os «clientes a decidir»; o CEO refere ainda que as empresas «mais que nunca devem estar atentas ao que os clientes querem». De acordo com o CEO, «os consumidores procuram cada vez mais pagamentos sem fricção e também soluções que não obriguem a estar sempre a repetir os dados.

Isto, no fundo, significa que os pagamentos vão ser cada vez mais importantes na satisfação dos clientes e na utilização das marcas». Para Madalena da Cunha, os meios de pagamento «têm de ser uma prioridade» para os comerciantes já que a «digitalização dos pagamentos hoje significa serviço ao cliente e não é só a parte referente à contabilidade».

O futuro é digital
A inovação que está por trás dos pagamentos vai ser determinante para o crescimento dos negócios físicos e na pós-pandemia. Se os pagamentos digitais já eram uma parte importante, neste momento «até nos negócios físicos a importância é muito grande e cada vez maior» já que estão a ajudar na transformação digital dos negócios, além de que «as pessoas não querem tocar em dinheiro».

Isso, às vezes, leva a que «mudem comportamentos porque em determinada loja não têm outras soluções para pagar», realça o responsável. A COVID-19 veio «obrigar muitos (negócios) a transformarem-se rapidamente» para manter a actividade. O responsável fez uma analogia entre o surf e os pagamentos digitais: «Senti no confinamento que existia uma onda gigante e quem ficar parado em vez de usar a prancha, não a vai apanhar e vai ficar para trás».

Sebastião Lancastre reconheceu, no entanto, que «há duas velocidades no retalho ao nível dos pagamentos» já que algumas lojas estão muito evoluídas e outras continuam apenas a aceitar dinheiro e que só agora em circunstâncias especiais começaram a aceitar outros meios.

Uma das áreas que o responsável considera que está a evoluir é a restauração, que está cada vez mais digitalizada. O CEO revela um dos projectos em cursos nessa área: «Já vemos um QR code para consultar o menu e a esaypay está a trabalhar em soluções que permitam além disso, fazer a encomenda e o pagamento no final, tudo isto de forma integrada. As empresas de pagamentos estão a participar como nunca na resolução de problemas que o comercio físico tem. As gateways de pagamento têm vindo a ajudar o mercado nacional e lojas a aceitarem pagamentos digitais».

Casos práticos que nasceram na pandemia
No webinar foram partilhados dois casos reais de organizações que precisaram de disponibilizar pagamentos digitais para as vendas à distância com muita rapidez e com as quais a easypay trabalhou.

A Sonae foi uma dessas empresas e criou um novo canal de venda durante o período de confinamento. Margarida Rodrigues explicou que o retalhista teve muitos desafios com as suas lojas físicas – algumas abertas, como as de vendas de bens essências, e outras fechadas, como as de roupa, nomeadamente como continuar a responder às necessidades dos clientes, a fazer negócios e garantir pagamentos seguros. Assim, surgiu a ‘Call & Collect’ em algumas lojas físicas com venda online, via telefone ou email e recolha na loja/parque de estacionamento. Isto «exigiu adaptação rápida ao nível dos pagamentos» e foi a esaypay que garantiu que a Sonae tivesse pagamentos à distância em lojas físicas. Tudo o processo foi montando numa semana, em cerca de duzentas lojas do grupo.

No caso da Shop2Grow, a plataforma de e-commerce, registou uma crescente procura pelas suas soluções e decidiu avançar com a Take Now, uma espécie de centro comercial para as lojas físicas. Segundo Hugo Ferreira, CEO da empresa, «o desafio era assegurar os pagamentos de todas as lojas de forma automática» e foi também a gateway de pagamentos da easypay que foi usada para conseguir garantir que os clientes conseguiam pagar aos comerciantes.