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Investigadores estudam estratégias para tornar as redes mais resilientes

O objectivo do projecto ResNeD (Resilient Network Design – enhancing availability for critical services) é aumentar a resiliência das redes de comunicações que sustentam os serviços críticos de hospitais, bolsa, banca, serviços de emergência, entre outros.

Onze cientistas das Faculdades de Ciências e Tecnologia (FCTUC) e de Economia (FEUC) da Universidade de Coimbra e do Instituto de Telecomunicações de Aveiro estão a desenvolver novos modelos matemáticos e algoritmos para melhorar as redes de telecomunicações.

A abordagem tem por base na ideia de David Tipper, professor da Universidade de Pittsburgh, que diz que «para aumentar a robustez e fiabilidade de uma rede de comunicação não é necessário que todos os elementos que a constituem apresentem elevada disponibilidade, o importante é escolher a “espinha dorsal” (subestrutura física) da rede e trabalhar na disponibilidade diferenciada».

Teresa Gomes, coordenadora da iniciativa revela o porquê desta escolha: «devido à enorme complexidade das estruturas que compõem as redes, melhorar todos os seus elementos seria excessivamente dispendioso para os clientes. Assim, o nosso desafio é seleccionar os elementos da rede a melhorar, de forma a conseguir atingir os objectivos de disponibilidade exigidos pelos serviços críticos a um custo reduzido».

A docente do Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores da FCTUC e investigadora do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores de Coimbra (INESCC) esclarece, no entanto, que o estudo é mais complexo: «além de utilizar mecanismos clássicos de protecção, vamos também seguir uma outra abordagem, focada no estabelecimento de rotas alternativas geograficamente distantes e/ou que contornem as zonas de risco elevado».

Na maioria das vezes, «quando há um desastre, esse evento afecta uma determinada zona da rede e teoricamente as zonas circundantes que continuam operacionais deveriam poder comunicar entre si. Atualmente, tal pode não acontecer porque o funcionamento e a arquitectura da rede não foram planeados para reagir rapidamente e adequadamente a esses eventos. É necessário explorar esse potencial», explicita Teresa Gomes.

A equipa vai recorrer à flexibilidade de gestão de rede proporcionada pelo actual paradigma designado por Software Defined Networking (SDN), permitindo tirar partido da introdução de elementos com disponibilidade diferenciada e optimizar o funcionamento multicamada das redes de comunicações.

No final do projeto, os cientistas esperam fornecer um conjunto de ferramentas para tornar as «redes do futuro mais resistentes a anomalias, garantindo que os serviços que são críticos para o país não são afectados», conclui a docente.

O projeto ResNeD é financiado pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – através do Programa Operacional de Competitividade e Internacionalização – COMPETE 2020, e por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).