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O mundo inteiro em Lisboa

Ideias para todos os gostos

Foram mais de mil e oitocentas as startups que participaram este ano no Web Summit, com ideias para todos os gostos, umas mais inovadoras que outras, mas todas elas com vontade de vencer num mundo cada vez mais competitivo.

Conversámos com trinta startups de diversos sectores desde a educação à saúde, passando pela energia, finanças e realidade aumentada e diversos cantos do planeta: Portugal, Coreia do Sul, Itália, Reino Unido, EUA, França, Colômbia, Ucrânia e Brasil. Destas, algumas eram do programa Alpha, o que significa que estão a participar pela primeira vez e que estão em fase de pré-investimento; outras Beta, ou seja, que já estão no mercado. Estas, normalmente, estão a participar na conferência pela segunda vez. A verdade é que todas elas acham que a participação é importante e que vale o investimento.Os motivos e objectivos para a presença no evento variam: apreender, networking, investimento, ajuda no modelo de negócio e internacionalização, são alguns deles.

Para Feliciano Roldão, da 40 Pés, uma startup que tem uma plataforma que liga agências de navegação, transitários e transportadores, a presença serviu para «aprender com as outras startups, perceber que desafios é que têm e como vão evoluir».

Muitas outras como a Codevision, que participou com o projecto eSchooling, que faz a gestão da informação das escolas e está presente em cerca de trezentas instituições nacionais, a «internacionalização» é a grande aposta da participação no Web Summit.
A Pastbee, da Coreia do Sul, que desenvolveu uma solução mobile que ajuda analisar o dia-a-dia para que a pessoa se possa focar no que realmente importa, quer também expandir e foi isso que os trouxe a Portugal.

A Powerupp, que apresenta uma solução de recrutamento com base em skills, e não em CV, anda à procura de investimento. João Cândido explicou-nos que «o objectivo principal é desenvolver mais o produto e lançar em outros mercados».

Pedro Febrero, fundador da Bityond, startup que desenvolveu uma solução de HR que tem tokens que são oferecidos por cada interacção e que depois podem ser usados para votar nos novos desenvolvimentos que gostariam de ver na plataforma, revelou à businessIT que veio ao Web Summit para «conseguir investidores, clientes e acima de tudo crescer».

Fotografia: David Fitzgerald/Web Summit

A Paperwrk, do Reino Unido, que ajuda freelancers com todo o fluxo facturação e pagamentos, mas também agências, esteve na conferência para ter «maior visibilidade e investimento» mas também para conseguir «ajuda para fazer o lançamento Europa» já que têm estado focados apenas no Reino Unido, referiu Neil Wooding, o CEO da empresa.

Já Panda Exchange, startup de troca de criptomoedas, através do seu CEO, Arley Lozano, explicou que desenvolveu uma ATM em que possível fazer pagamentos com cartões de crédito e débito mas também criptomoedas e que o o motivo para a participação é «trazer esta solução para Portugal e para a Europa».

A francesa Braincities já vai na sua segunda participação e procura investimento. Kazé Onguene, CEO da startup, explicou que solução pretende «fornecer recomendações contextualizadas aos decisores com base em inteligência artificial». A empresa que nasceu em 2013 com foco em recursos humanos foi evoluindo até se transformar num «sistema preditivo que quer ajudar os humanos a decidir e adaptar-se a um mundo cada vez mais complexo e com mais informação».

Outras ideias interessantes que vimos foram os dispostivos IoT para monitorizar a saúde complementados por uma plataforma de IA da ThinkBiosoluton; um plataforma de treino médico para universidades com casos clínicos reais da Body Interact; um sistemas para ajudar doentes com Parkinson com base em assistentes como a Alexa da Amazon; o Football ISM que é uma plataforma para clubes de futebol desenvolvida em Portugal e que está em uso no Sporting; uma nova forma de carregar dispositivos com a Egg Electronics, startup apoiada pela EDP, que tem um equipamento em que podemos carregar diversos dispositivos e pode ser personalizável ou uma solução de realidade aumentada para street art, a ARt, desenvolvida pela Critec, que para já só existe em Águeda mas tem potencial para chegar a todo o País. Segundo Ricardo Vidal, fundador da empresa, o que procuravam, além de contactos e parceiros, era melhorar o modelo de negócio: «Tecnologia, já a temos, mas existe a noção de que esta parte ainda não está bem desenvolvida»

Na verdade, todas as startups querem o mesmo: serem bem-sucedidas e não há dúvidas para qualquer empreendedor que o Web Summit é o sítio onde devem estar para isso acontecer.