Entrevista

«Estamos cada vez mais presentes em empresas de menor dimensão»

Jim Goodnight SASJim Goodnight, fundador e CEO do SAS

Finanças, telecomunicações, banca, não há área onde o SAS, empresa especializada em analítica, não esteja presente. Mas… e as pequenas e médias empresas? Jim Goodnight, o carismático fundador e CEO deste gigante norte-americano, garante que também aqui, nas PME, o SAS já tem voto na matéria.

O SAS lida com a analítica e com Big Data mesmo antes de estes conceitos existirem e fazerem parte da agenda dos executivos. Sabemos que a marca que fundou em 1976 está presente na banca, nas finanças, nas telco, nas seguradoras, na indústria… Mas e as empresas de menor dimensão? Têm “coragem” de abordar o SAS? Ou o mercado acha que a vossa oferta é só para grandes empresas?
Não, cada vez mais estamos também presentes em empresas de menor dimensão, nomeadamente com o Results as a Service. Basta que as empresas nos dêem os seus dados e nos digam qual o seu problema. Nós tentamos resolver.

Mas essa mensagem está a chegar ao mercado? Uma pequena e média empresa tem noção de que pode contar com o SAS?
Sim, temos investido muito nessa mensagem, nomeadamente em termos de publicidade digital já que é aí, nas plataformas digitais, que todos colhemos informação e fazemos as nossas pesquisas.

Hoje as empresas tendem a pensar que a analítica resolve tudo? Ou pelo menos têm a expectativa de que isso aconteça?
Muitas delas, sim, esperam. Basicamente, o que a analítica faz é melhorar, por assim dizer, os palpites empresariais. O que oferecer ao cliente, se o cliente vai deixar de usar um serviço em detrimento de outro… em coisas como estas a analítica é muito eficaz e assertiva.

Em termos de resultados, houve mudanças significativas no peso que as várias geografias onde estão presentes têm?
O mercado que mais cresce continua a ser o asiático. E com crescimentos de 20% ao ano. A Europa, por exemplo, teve um bom ano, com um crescimento de 5%.

Costuma dizer que a analítica é o motor da mudança e os dados são o combustível. Estão as empresas preparadas para esta realidade? Estão preparadas para investir em ferramentas para fazer face a todo este novo mundo?
Estão. Claramente estão. E por isso a importância do Viya, a terceira geração in-memory de uma plataforma de computação que dirige todas as questões analíticas, das mais complexas às mais simples. As pessoas estão a investir e nós somos a melhor empresa nesta área. Neste momento, ninguém consegue fazer frente à nossa oferta.

A questão do desafio da integração dos dados, de que se falou durante tanto tempo, já está de alguma forma resolvido? Já não é tema?
Não. Continua a ser um problema, continua a ser um desafio que tentemos endereçar.

«Basicamente, o que a analítica faz é melhorar, por assim dizer, os palpites empresariais. O que oferecer ao cliente, se o cliente vai deixar de usar um serviço em detrimento de outro… em coisas como estas a analítica é muito eficaz e assertiva.»

É a Internet das Coisas (IoT) um novo alvo do SAS?
Pelo menos é um dos tópicos de que se fala… Agora não vamos falar de Big Data, agora falamos de Internet das Coisas… Mas a verdade é que temos um dos mais rápidos motores do mundo para lidar com tudo isto. Temos inclusivamente um produto de cibersegurança que usa IoT para reunir os dados de todas as ligações que foram feitas no datacenter. De cada vez que um endereço de IP fala com outro endereço há um registo, que nos é enviado em tempo real. A partir daí podemos ver comportamentos de alguma forma desviantes que possam sugerir que o centro de dados tenha sido hackeado.

O ano passado, no SAS Forum, disse que a empresa ia desenvolver tecnologia de voz. Como está a correr?
Estamos a investir nessa área. É necessária uma rede neural específica que estamos neste momento a desenvolver e que vai tornar o reconhecimento de voz muito mais fácil. Vai-nos permitir ensinar à máquina como reconhecer uma voz. Esperamos, para o ano, já ter novidades neste campo, com tecnologia própria e desenvolvimento de software.

Fala-se muito na escassez de recursos especializados na área dos dados, nomeadamente cientistas de dados. O SAS tem dificuldade em recrutar pessoas apesar de ser considerado um dos melhores sítios para se trabalhar?
Normalmente não temos muita dificuldade em recrutar, apesar de haver certos PhD em gestão operacional que são mais complicados. Mas vão aparecendo. Na verdade, chamamos-lhes ‘unicórnios’, de tão raros que são… É claro que sermos o melhor sítio para trabalhar ajuda. E ajuda não só a recrutar como também a manter as pessoas.

Não costumava dizer que ‘pessoas felizes programam melhor’?
Na verdade, adaptei a mensagem para ‘pessoas felizes fazem os nossos clientes mais felizes’.