A evolução das ameaças à segurança e a profetizada generalização da IoT vão potenciar o mercado da analítica aplicada à segurança, que deverá valer 10,4 mil milhões de euros até 2024.
No epicentro de um turbilhão de ameaças à cibersegurança, tentativas desenfreadas de invasão e um apetecível novo mundo de Internet das Coisas, as organizações são forçadas a perceber que estão no lado perdedor desta guerra.
Como tal, os fornecedores de mercado não têm escolha a não ser aprimorar o seu “arsenal” de cibersegurança com ferramentas mais sofisticadas que permitem uma compreensão mais profunda dos seus utilizadores, dispositivos e sistemas. Isso levará o mercado da analítica aplicada à segurança a uma considerável receita de 12 mil milhões de dólares até 2024, cerca de 10,4 mil milhões de euros, segundo a ABI Research.
A análise de dados de nível avançado, reforçada pelos avanços tecnológicos nos sistemas de Inteligência Artificial (IA), permeia todos os principais mercados e a segurança digital não é, obviamente, excepção. «O aumento da frequência e da sofisticação dos ataques cibernéticos está a fazer com que o ecossistema de segurança floresça e empurre a indústria para a busca de inteligência analítica de segurança mais confiável, aprofundada e de alta qualidade», disse Dimitrios Pavlakis, analista da ABI Research.
Os desafios da analítica
Existem, no entanto, alguns desafios na área da analítica de segurança. Pavlakis lembra que a maioria das organizações entende a segurança analítica como «um cluster ilusório de diferentes tecnologias, abrangendo um pouco de tudo».
O problema é que, demasiadas vezes, as empresas optam por escolher o que apenas faz sentido no orçamento empresarial. Dimitrios Pavlakis defende que a questão não é apenas o facto de as empresas escolherem um custo total de propriedade (TCO) mais baixo em relação à segurança, mas sobretudo que tenham expectativas que o analista considera serem «irreais» sobre a recolha de dados e o nível de prontidão de cibersegurança da solução escolhida.
Não é possível proteger tudo
A analítica aplicada à segurança é, de resto, uma tendência identificada por várias consultoras. A Gartner foca a sua atenção no facto de não ser possível proteger tudo da mesma forma. O que é preciso, sim, é encontrar uma maneira de controlar só o que realmente importa. A consultora refere que os especialistas em segurança precisam de compreender quatro conceitos: não é possível corrigir tudo, não há como proteger os activos a 100%, é impossível saber quanto cada activo é seguro e as empresas podem não saber quanto os seus parceiros digitais são seguros. São avisos sérios da consultora que aponta como um dos principais problemas do mercado a «escassez de recursos qualificados», o que justifica uma taxa de desemprego de 0% nesta área.
A Gartner prevê que o mercado vá continuar a precisar de novos tipos de competências, porque a cibersegurança está a evoluir para áreas como classes e governança de dados, competências que passam pelas ciências de dados e claramente pela analítica.