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Cloudera e Hortonworks concluem fusão

A city businessman using a mobile device to check stocks and market data. Close up shot.

Cloudera e a Hortonworks anunciaram que a fusão das suas operações foi concluída com sucesso após voto dos accionistas, num negócio que ronda os 4,5 mil milhões de euros. 

Mantém o nome de Cloudera e une as rivais especializadas na implementação da plataforma de open source Hadoop: está assim criada a «primeira empresa de data cloud empresarial, que funciona em qualquer nuvem desde o edge à inteligência artificial (IA)» revelou Tom Reilly, CEO da Cloudera. 

«A combinação de equipas e do portfólio tecnológico faz com a nova Cloudera seja um líder claro do mercado, com escala e recursos para impulsionar o crescimento e a inovação», acrescentou o responsável.  

A Cloudera e a Hortonworks, que têm soluções complementares, vão oferecer serviços para ambientes de cloud híbridas e multi-cloud que permitem às empresas flexibilidade para realizarem operações de análise de dados e machine learning e que «vão beneficiar toda a comunidade de open source», indicou Rob Bearden, CEO da Hortonworks e que agora se tornará membro do conselho de administração da Cloudera. 

Mercado e motivos da fusão 

O Hadoop é uma plataforma open source para armazenar dados e executar aplicações em clusters que permite armazenamento massivo de qualquer tipo de dado, aliado a um grande poder de processamento e capacidade de lidar com tarefas e cargas de trabalhos quase ilimitadas em simultâneo.

Mas a implementação destas estruturas é complexa e, assim, nasceram empresas como a Cloudera e a Hortonworks, que com as suas soluções ajudam as organizações a retirar valor dos seus projectos de big data. No entanto, à medida que têm surgido outras tecnologias e tem aumentado o uso de cloud públicas, como o AWS e Azure, que já têm integração com o Haddoop, o negócio destas empresas tem decrescido e quer a Cloudera, quer a Hortonworks apresentaram resultados negativos nos últimos dois anos.

Muitos analistas, como Doug Henschen da Constellation Research e Carl Olofson da IDC, consideram que este é o verdadeiro motivo do negócio, juntar forças para fazer frente à Amazon. Também John Schroder, CEO da MapR, um dos concorrentes da Cloudera, disse que «não encontrava benefícios» na operação e que esta era «meramente uma forma de reduzir custos em que quem vai sofrer são os clientes».

Na verdade, Jim Frankola, CFO da Cloudera, indicou que o negócio «pode gerar uma poupança anual de mais 109 milhões de dólares». Mas a consultora independente Forrester considerou que esta fusão vai ser importante para o mercado. O analista Noel Yuhanna referiu que o negócio «vai subir a fasquia na inovação relacionada com o big data» e que vai ser «vantajoso para clientes, parceiros e distribuidores».

E as bolsas de valores parecem estar em consonância já que tinham reagido bem à fusão quando a mesma foi anunciada em Outubro de 2018. Nessa altura, as acções da Cloudera subiram 25% atingindo um valor máximo do ano com 16,61 euros e no dia da conclusão do negócio registaram um ligeiro aumento face ao que tinham vindo a registar no último mês fechando a 10,39 euros.