É já um clássico, a Kaspersky Iberia reunir em Madrid jornalistas de Portugal e Espanha para anunciar os novos produtos. Uma apresentação marcada este ano pelo facto de os EUA terem proibido as agências federais de usarem software da empresa russa.
Todos os anos, a Kaspersky Iberia reúne em Madrid jornalistas de Portugal e Espanha para anunciar os produtos que, nos próximos doze meses, irão engrossar o portfólio de soluções da empresa russa. Este ano, não foi excepção. Mas também se falou do facto de os Estados Unidos da América terem proibido as agências federais de usarem software da Kaspersky Lab.
Isto porque a secretária de segurança nacional dos EUA teme possíveis ligações da empresa de segurança com planos de ciber-espionagem patrocinados pelo governo russo. Elaine Duke, secretária de segurança nacional, ordenou que o software da companhia seja excluído das redes federais e deu às agências um cronograma de três meses para que desinstalem os produtos.
Para o órgão de segurança nacional dos Estados Unidos, o governo russo, independentemente de actuar sozinho ou em colaboração com a Kaspersky, pode aproveitar-se do acesso fornecido pelos produtos da fabricante de anti-vírus para comprometer os sistemas federais de informações.
A Kaspersky Lab negou desde logo qualquer conotação com o governo russo em actividades consideradas anti-éticas. A empresa liderada por Eugene Kaspesrky disse que «não tem laços inapropriados com qualquer governo e que, por isso, nenhuma evidência foi apresentada publicamente por ninguém ou nenhuma outra organização que possa garantir as falsas alegações feitas contra a companhia».
Em Espanha, Alfonso Ramírez, director-geral geral da Kaspersky Iberia, utilizou praticamente as mesmas palavras para garantir não haver qualquer relação menos saudável entre a empresa e os governos. «Não temos, nem nunca tivemos, qualquer relação inapropriada com um Governo», disse aos jornalistas. O executivo espanhol espera que esta decisão possa ter retrocesso, até porque foi uma medida tomada sem qualquer prova evidente. «Não foi encontrada qualquer tipo de acção que vá contra o código ético. Não estamos conformados e lutaremos contra isto».
Aliás, Alfonso Ramírez acrescenta que a empresa está «muito orgulhosa» das relações que desenvolveu com todos os países que pedem ajuda à Kaspersky para «lutar contra o ciber-terrorismo».
A empresa, que comemora o seu vigésimo aniversário, é líder no Quadrante Mágico da Garter há seis anos que, tem escritórios em 38 países e quatro mil funcionários. «Vamos continuar a trabalhar como até aqui. Temos mais de quarenta milhões de utilizadores em todo o mundo, alguma coisa devemos perceber disto. Fazemos escudos, não espadas», lembra Alfonso Ramírez.
Nova geração de soluções
Entretanto, havia uma apresentação para fazer. A empresa russa aposta numa nova geração de soluções de segurança específica para cada dispositivo doméstico: telemóveis, PC com Windows, tablets e Mac. A “justificação” para esta aposta é que, de acordo com o Kaspersky Cybersecurity Index, 39% das pessoas não protege adequadamente os seus dispositivos de ciber-ameaças como hackers, malware ou fraude financeira.
Por outro lado, 63% dos utilizadores de Internet na Europa teme os emails de phishing e os websites com fins maliciosos, sendo que mais de metade (56%) dos utilizadores receia que os seus dados possam ser roubados e que lhes seja pedido um resgate, como foi o caso do WannaCry que a businessIT já explorou noutros momentos.
Aliás, a empresa diz que a composição do lar moderno «está a mudar». Chama-lhe «lar 2.0» e diz ter, em média, «2,4 pessoas, 0,3 animais de estimação e 6,3 dispositivos conectados.
As últimas versões do Kaspersky Internet Security e do Kaspersky Total Security, agora apresentadas, foram desenvolvidas precisamente com o objectivo de proteger o lar na sua plenitude. As novas soluções incluem tecnologia anti-phishing para prevenir que os utilizadores se convertam em vítimas de emails falsos ou spam, páginas web falsas ou de ciber-fraude em geral. Além disso, a ferramenta actualizada ‘URL Advisor’ diz ao utilizador, mediante um indicador em cada ligação, quando o motor de busca o direcciona para uma página web de confiança, suspeita, perigosa ou de phishing, ou a um website que possa criar danos no seu computador.
Um bem precioso chamado ‘fotos’
Para a marca russa, as fotografias são o «dado mais valioso» que os equipamentos móveis pessoais armazenam. A Kaspersky Lab actualizou nesta release a funcionalidade anti-ransomware para fazer frente aos ataques mais complicados.
E para assegurar que todos os dados do utilizador permaneçam nas mãos dos seus proprietários, a nova App Lock para Android da Kaspersky Lab é agora apresentada com uma camada extra de protecção, incorporando um código secreto para que os utilizadores protejam certas aplicações, como apps de mensagens instantâneas, redes sociais, correio eletrónico ou outras informações.
Os utilizadores podem beneficiar do serviço de Conexão Segura da Kaspersky, incluído no Kaspersky Internet Security e no Kaspersky Total Security, que encripta todo o tráfego do utilizador quando este utiliza Wi-Fi inseguras ou páginas sensíveis.
