Entrevista

«A Netskope democratizou uma tecnologia que era apenas para os clientes maiores»

Entrevista a Paulo Vieira, country manager da Netskope Portugal.

© Netskope 

A Netskope, especialista em soluções de segurança e SASE, escolheu Portugal para expandir o seu negócio, aproveitando a proximidade dos grandes clientes e a capacidade de resolver problemas localmente. Com a inauguração de um novo escritório, em Lisboa, quer tornar-se a referência no mercado nacional, democratizando tecnologias de ponta e garantindo uma segurança eficaz para empresas de todas as dimensões.

O que motivou a Netskope a escolher Portugal para desenvolver o negócio?

A Netskope já geria o negócio de Portugal à distância, a partir de Espanha, há vários anos. A motivação era natural para as aspirações de expansão da marca: crescer depois de cimentada a sua presença em Espanha. A proximidade aos grandes clientes e a capacidade de resolver os seus problemas são duas coisas que apenas conseguimos fazer com uma equipa local, em Portugal.

A curto e a longo prazo, quais os grandes objectivos para o escritório de Lisboa?

Os objectivos são o de nos tornarmos relevantes neste espaço e de ser o fabricante de referência, número um, para soluções SASE e segurança dos dados dos nossos clientes. A Netskope democratizou uma tecnologia que até há pouco tempo era apenas para os clientes maiores e, neste momento, chegamos a todo o tipo e de qualquer dimensão.

Exactamente, o que é o conceito SASE (secure access service edge) e até que ponto beneficia os clientes?

O Netskope One (solução SASE da Netskope) consolida serviços de segurança críticos para os negócios, garantindo acesso seguro à Web, serviços de cloud e aplicações privadas de qualquer local. O SASE capacita as empresas a habilitar com segurança a sua força de trabalho híbrida, aplicando uma abordagem centrada em dados e alimentada por IA, para a implementação eficaz de segurança nas organizações. Quando implementamos esta solução nos nossos clientes, e da forma como o fazemos em todos os nossos projectos, conseguimos que a tecnologia tenha um impacto profundo e uma dimensão transversal na organização. Isto acontece de tal forma, que os clientes ficam maravilhados com a visibilidade de onde estão os dados críticos e, mais que isso, como é que a tecnologia consegue educar os utilizadores a ter uma “higiene” de segurança nas organizações, de uma forma eficaz.

Sabemos que o mercado da cibersegurança é altamente competitivo. Qual é a estratégia da Netskope para se destacar em Portugal?

A Netskope é uma empresa de segurança de dados e, como tal, esta posição dá-nos a força de poder aspirar conseguir realmente resolver alguns dos problemas mais complexos de cibersegurança dos clientes, em Portugal. A consistência passou a ser um “nirvana” e conseguir ter uma política única e transversal de rede e de dados, onde a inteligência artificial impera, para ajudar a melhorar e tomar decisões mais rápidas e eficazes, através da análise comportamental e da análise de dados, são os factores que vão ajudar os clientes, para que ganhem uma posição que ainda não tinham conseguido com outras tecnologias.

Com que desafios se estão a deparar?

Tenho mais reuniões com CIO, comparativamente ao passado. Acho que os CIO perceberam que precisam de a entender [a cibersegurança] e isso é óptimo. Os CIO gerem a rede, a infraestrutura e as aplicações, entre outras coisas. Mas estão todos a colidir [com a segurança], estão todos a convergir. O CIO já percebeu que o mundo está a mudar. A segurança passou a ser um tópico de primeira linha. E os utilizadores? Estão a trabalhar remotamente e em todo lado: os dados estão dentro e fora das infraestruturas dos clientes. Julgo que a Netskope é a única marca com capacidade de realmente resolver isto aos clientes e conseguir trazer paz aos CIO, com a segurança efectiva destas problemáticas. Voltando um pouco à sua pergunta, o maior desafio de entrar no mercado português é mesmo o de conseguir fazer chegar a nossa mensagem ao máximo número de clientes, fazer com que entendam, de forma eficaz, esta mensagem e a profundidade que uma tecnologia como esta pode ter dentro das suas infraestruturas.

Como é que a Netskope está a colaborar com parceiros locais e clientes em Portugal?

Uma das componentes mais importantes que podemos fornecer aos parceiros é a garantia de que não vão falhar. Esta garantia é dada de várias formas: através do produto, do apoio incondicional dado por uma equipa local e, mais que isso, de ter equipas técnicas que estão ao lado do parceiro e garantem que os projectos são bem entregues e concretizados correctamente. Esta é uma preocupação que tenho desde o primeiro momento. Somos o ‘new kid on the block’ e, como tal, não podemos correr o risco de os nossos projectos correrem mal. É por isto que esta estruturação toda, em termos técnicos e de habilitação da nossa própria equipa e da equipa de distribuição, é importantíssima.

Por exemplo, antes da entrega final dos grandes projectos, fazemos uma revisão sobre as suas configurações. Esta análise de melhores práticas ajuda a garantir que os projectos estão bem configurados e, mais que isso, que o projecto vai ser um sucesso para o parceiro e, claro, para a Netskope.O segundo detalhe é a formação dos clientes e dos parceiros. Tipicamente fornecemos formação aos próprios clientes, em todos os projectos. Isto faz com que o cliente saiba usar a tecnologia, o que leva à redução da abertura de tickets, por exemplo – se não se abrem tickets, então não há problemas. Isto significa um investimento para a Netskope enquanto empresa, mas garante, por outro lado, que os processos correm melhor e que os clientes vêem esse valor. Há uma preocupação muito grande com a qualidade do que temos, com a entrega do que vendemos e espero conseguir mantê-las, no futuro.

Como estão a integrar tecnologias de IA para melhorar a segurança dos produtos?

Vou dar-lhe um exemplo simples: a Netskope está a revolucionar o uso de IA e até a ajudar as organizações a utilizar ferramentas generativas de IA sem introduzir risco nas organizações, enquanto abraçam a revolução que esta tecnologia está a causar em todos os segmentos de mercado. Nos últimos tempos, a ascensão da inteligência artificial revolucionou a forma como cada vez mais utilizadores empresariais interagem com o seu trabalho diário. Aplicações SaaS generativas, baseadas em IA como o ChatGPT, ofereceram inúmeras oportunidades às organizações e aos seus funcionários para melhorar a produtividade dos seus negócios, facilitar inúmeras tarefas, aprimorar serviços e ajudar na simplificação das operações. Equipas e indivíduos podem aproveitar convenientemente o ChatGPT para gerar conteúdo, traduzir texto, processar grandes quantidades de dados, criar rapidamente planos financeiros e escrever código, por exemplo.

No entanto, embora as aplicações de IA tenham o potencial de melhorar o nosso trabalho, também podem expor significativamente dados confidenciais a veículos externos de perda de informação e colocar ainda mais as organizações em risco de violação de dados e de não conformidade.

A Netskope tem a única tecnologia que consegue interromper selectivamente uploads e posts de informações confidenciais no ChatGPT; as mensagens de treino visual podem ser automatizadas em tempo real para fornecer orientação sobre violações, informando o utilizador sobre políticas de segurança corporativas e permitir mitigar comportamentos de risco, tirando assim a carga das equipas de resposta a incidentes de uma forma estruturada e optimizada.

A que tendências de cibersegurança devem as empresas estar particularmente atentas?

Julgo que SASE está no topo da lista da maior parte dos clientes em Portugal e em todo o mundo. A Gartner diz que, em 2025, 85% dos clientes a nível mundial ou já implementaram ou vão estar a implementar uma solução de SASE. Isto é um número muito, muito grande. Os analistas também dizem que os mais bem-sucedidos nesta área são os fabricantes que conseguem proteger os dados e a rede ao mesmo tempo: é neste contexto que a Netskope se destaca. A qualidade da experiência que fornecemos aos nossos clientes não tem igual e a aposta em Portugal é patente quando estamos a inaugurar um ponto de presença da nossa rede NewEdge em Lisboa, com um investimento muito significativo onde fornecemos todas as funcionalidades da nossa plataforma directamente em território português e com a qualidade que nos é reconhecida a nível mundial. Este vai ser um factor diferenciador gigante para quem best of breed com a qualidade de experiência que apenas a Netskope consegue fornecer.

Quais os planos da Netskope para fomentar a inovação e desenvolvimento de novas soluções de cibersegurança em Portugal?

A Netskope é uma empresa de inovação com centenas de patentes que criam impacto directo de como vamos liderar este espaço; somos ‘thought leaders’, aquilo que todos os outros fabricantes tentam copiar. Vamos continuar a trazer as novidades e a fazer segurança de uma forma diferente e mais eficaz que os outros fabricantes, neste espaço. Em Maio fomos presenteados com mais uma patente ‘Tain your own classifier’ onde, através de IA, conseguimos ensinar o motor de dados a entender e a detectar padrões dentro de imagens, para conseguir ver o que as soluções tradicionais nunca iriam conseguir detectar nem prevenir dentro das organizações. Por exemplo, fornecer dez imagens com matrículas portuguesas e outras estrangeiras: a partir daí, o motor de IA consegue descobrir e prevenir a saída de imagens com as matrículas portuguesas. Obviamente, isto é um exemplo simples, mas podemos levar este motor a conseguir fazer coisas que nunca antes foram possíveis no mundo da cibersegurança e da proteção de dados.

O que pessoalmente gostaria de atingir na Netskope?  

O que mais gostaria de conseguir atingir na Netskope era levar a marca a ser “A” solução de SASE do mercado português. Acredito que os ingredientes estão todos cá: uma equipa de topo, a tecnologia ímpar e os melhores clientes do mundo, que são o nosso mercado. Sou uma pessoa muito positiva em tudo que faço e julgo que, se conseguir criar um grupo de pessoas excepcionais, que estão felizes a fazer aquilo de, que gostam, com uma tecnologia de vanguarda, então vamos realmente, criar um impacto profundo no dia-a-dia, na protecção dos nossos clientes. Isto é o que me vai realmente trazer o sentido de realização de que estamos cá pelo bem e que vemos cada vez menos ataques bem-sucedidos, porque implementamos os projectos com o profissionalismo que a tecnologia merece.