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A automação ainda não chega a metade dos departamentos de recursos humanos

Um estudo da IDC, patrocinado pela Cegid, mostra que a maturidade digital dos departamentos de recursos humanos das empresas ainda não é muito elevada e que, em 48% dos casos, os processos manuais ainda são a regra. No entanto, a IA generativa poderá vir a ser um “game changer”.

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O ‘2024 HR Maturity Index: The Yardstick for HR Transformation’ mostra que cerca de metade (48%) das organizações ainda faz a maior parte dos seus processos de RH de forma manual; apenas 34% têm as suas soluções de recursos humanos integradas, o que implica gastar mais tempo com introdução e correcção da informação.

Segundo o relatório da Cegid, «a nível global, 10% dos inquiridos não têm automação de processos ou esta é limitada; 38% têm alguma automação; 31% têm cerca de metade dos processos de RH automatizados; e apenas 22% têm a maioria dos processos automatizados.

O estudo foi realizado com base em inquéritos a 740 profissionais de RH de empresas com mais de quinhentos colaboradores em dezassete países da Europa, América do Norte e América Latina. E é nas duas primeiras regiões que as tarefas estão mais digitalizadas e automatizadas: na Europa, o grau de maturidade digital dos departamentos de RH das organizações é elevado e chega a cerca de 33%, enquanto na América do Norte é de 55%. Isto significa empresas categorizadas em estados ‘Accelerated’ e ‘Breaktough’, ou seja, em que mais de metade das aplicações e processos de RH estão automatizados.

Josep María Raventós, director executivo de SMB & CPA da Cegid em Portugal e África, explica que «automatizar as tarefas mais rotineiras liberta tempo aos profissionais para as de maior valor acrescentado, como criar e implementar uma experiência diferenciadora para os colaboradores». O responsável diz ainda que a tecnologia «permite recolher dados e ter uma visão global, em tempo real, do desempenho da organização», além de possibilitar «melhores e mais ágeis processos de decisão» e abrir portas à «implementação de medidas que atraiam e retenham o talento».

O papel da IA
Apesar de o estudo ter sido feito numa altura em que a IA generativa ainda estava a começar, foi possível verificar que 11% dos entrevistados mencionaram, especificamente, esta tecnologia como parte do futuro dos RH. A verdade é que muitos dos processos desta área são repetitivos e podem ser facilmente automatizados com recurso à IA generativa, existindo já inúmeros casos de uso, como por exemplo, a criação de ofertas de emprego; a selecção de candidatos; a gestão do desempenho; a monitorização do bem-estar e da retenção dos colaboradores; a criação de relatórios; e, até, assistentes virtuais para responder a dúvidas dos funcionários.

De acordo com a IDC, a IA generativa será usada «maioritariamente incorporada em soluções comerciais» e não em aplicações desenvolvidas pelas próprias empresas. Além disso, o relatório evidencia existir uma relação entre o nível de digitalização e o crescimento dos lucros das empresas: 44% da organização que tem um grau de maturidade digital mais avançado tiveram resultados positivos nos últimos doze meses.

O estudo indica que 30% das empresas tem soluções de RH on-premises, 34% na cloud, 26% usam SaaS e 9% preferem um prestador de serviços externo.