Fundada em Setembro de 2016, a Rows desenvolveu uma spreadsheet (ou folha de cálculo) que tem diversas funcionalidades inovadoras, automatiza tarefas e facilita a colaboração, já que possibilita a partilha num conceito de “site interactivo”. Humberto Ayres Pereira, CEO e co-fundador da Rows, salienta que a solução «funciona como uma spreadsheet e suporta as mesmas fórmulas [de outros programas semelhantes], mas o especial é o início (importar dados) e o fim (partilhar). A nossa interface permite que os utilizadores carreguem dados de qualquer fonte facilmente, em vez de andarem a lutar contra importação e exportação de ficheiros. A partilha é também mais bonita e especial».
O empreendedor explica como criou, em conjunto com Torben Schulz, a startup: «A ideia surgiu da nossa utilização de spreadsheets. Precisávamos de aceder a dados rapidamente, o que não é possível numa folha de cálculo como as Google Sheets e o Excel. Depois queríamos partilhar spreadsheets mais fáceis de ler e navegar, sem gráficos em cima de tabelas confusas. Quando começamos a falar com outras pessoas de negócios, percebemos que tinham os mesmos desafios e criámos a Rows».
O empreendedor revela ainda que missão da startup é «dar ferramentas de computação a todas as pessoas» e, talvez por isso, a Rows tenha dado sempre uma especial atenção a ter novidades antes dos outros. Como concorrente do Excel e do Google Sheets, a startup nacional conseguiu disponibilizar no mercado a tecnologia da OpenAI antes de Microsoft e Google. Designada AI Analyst, esta ferramenta permite «obter automaticamente conclusões relevantes» e «analisar dados como até agora nunca tinha sido possível». Humberto Ayres Pereira esclarece que esta vantagem permitiu à Rows «crescer muito rapidamente», o que é «obviamente bom para qualquer negócio». Contudo, há algo mais importante: «Se mantivermos essa velocidade, vamos poder ter sempre features novas e especiais que mais ninguém vai ter».
Sempre a inovar
A Rows tem mais de «trezentos mil utilizadores» e «muitas dezenas e milhares usaram já o AI Analyst», indica o co-fundador. A startup tem sede em Portugal e escritório na Alemanha, mas o mercado «mais relevante é o dos EUA, tanto agora como para o futuro». Humberto Ayres Pereira salienta por quê: «É onde há mais negócios, e onde uma ferramenta como a nossa tem mais valor. O mercado europeu ainda é, infelizmente, terrivelmente fragmentado em termos comerciais, operacionais (IVA, de linguagem, etc)».
Sobre o futuro, o CEO não tem dúvidas de que aumentar a base de clientes é vital: «A nossa empresa só faz sentido se conseguirmos convencer milhões de utilizadores a trocarem outras ferramentas pela Rows. É este o nosso objectivo. Para isso, temos de continuar a aperfeiçoar o produto; contamos chegar a uma versão 3.0 no final do ano».
Mas antes, a Rows espera lançar o «novo modelo freemium, com um plano grátis (para sempre) muito generoso e planos pagos para quem tenha mais de três fontes distintas de dados e outros requisitos avançados para empresas». Com tudo isto, a Rows quer chegar, e até ultrapassar, as «mil empresas pagantes no próximo ano».