A eBreathie foi criada em 2021 por Ana Rita Constante, Ana Filipa Rebelo e Ana Rita Rebelo. A pediatra, a engenheira biomédica e a engenheira informática conheceram-se no programa Nova Impact Challenges e desenvolveram a ideia inicial, que tinha sido pensada pela médica durante a sua pós-graduação. Após terem formado a startup, as empreendedoras desenvolveram uma solução que consiste num smart-inhaler add-on, ou seja, «um dispositivo médico que se liga ao inalador tradicional de um doente asmático, transformando-o num inalador inteligente e conectável»; uma aplicação e «uma plataforma médica de gestão de doentes, onde cada médico poderá acompanhar em tempo real as queixas e evolução dos seus pacientes», explica Ana Rita Constante, co-fundadora e CEO da eBreathie.
O dispositivo IoT adapta-se às bombas de asmas dos doentes e transmite dados à app, que dá «feedback imediato ao doente acerca da eficácia da sua inalação, permite registar os sintomas e idas a consultas/serviço de urgência, envia alertas a relembrar a medicação e avisa a pessoa para não se esquecer das suas doses». Além disso, o sistema tem ainda «dados sobre a poluição do ar e dos aeroalergénios existentes, com base na localização» do utilizador e integra os dados dos utentes no algoritmo proprietário Asthma Preview, que «sugere ao doente potenciais espoletantes de agudizações de asma, que poderá activamente evitar».
Tudo isto «capacita os doentes asmáticos para melhor controlarem a sua doença, mas também a monitorização em tempo real pelos médicos assistentes, levando a uma prestação de cuidados de saúde mais personalizados e próximos do doente», diz a responsável.
Sobre o potencial da solução, Ana Rita Constante não tem dúvidas: «Somos os únicos na Europa a dizer ao doente, em tempo real, se está a utilizar o seu inalador de forma correcta; para isto, utilizamos o sensor mais preciso do mercado».
Isto é algo que também já foi atestado pelo mercado já que a eBreathie foi a vencedora do NOVA Startup Compettion e de duas distinções no Prémio Hintt 2022:‘Startup Innovation’ e ‘Born from Knowledge Award by ANI’.
Futuro passa pela Europa
O objectivo da startup é ter a solução pronta a ser comercializada em 2024; neste momento, decorrem «testes de usabilidade da aplicação» e estão a ser produzidas as «primeiras unidades do dispositivo médico». A co-fundadora esclarece que o próximo passo é «começar a testar o produto com voluntários no próximo ano, inicialmente em ambiente controlado e, depois, em ambiente hospitalar e domiciliário».
Apesar de o mercado nacional ser o mais relevante, a eBreathie tem ambições europeias como revela a CEO: «Planeamos focar-nos em Portugal e, em segundo lugar, no Reino Unido, que é o segundo país da Europa com maior prevalência de asma e um mercado já com alguma validação a nível de utilização de smart-inhalers». No entanto, existem «outros países com elevada prevalência de asma e que são mercados atractivos, como a Suécia (20,62% população é asmática), a Holanda (15,41%), a Noruega (11,21%) e França (10,65%)», explica Ana Rita Constante.
A equipa da eBreathie conta apenas com quatro elementos, mas a CEO diz que deverá aumentar no futuro, à medida que a startup receber os «dados dos testes» e tiver os «primeiros utilizadores». Nessa altura, a responsável acredita que a empresa vai necessitar de talento ao «nível de software development e data management para desenvolver e melhorar o algoritmo».