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Estudo da NFON mostra que teletrabalho aumentou carga horária dos trabalhadores europeus

O relatório revela que 37% dos participantes sentiram níveis variáveis de stress devido ao facto de trabalharem de casa.

Thomas Lefebvre/Unsplash

A NFON divulgou os dados do ‘Survey Attack: Relatório de Bem-Estar Teletrabalho 2022‘ que analisou o impacto do teletrabalho desde que começou a pandemia até este ano.

Segundo o estudo, feito em parceria a Statista Q, revela que 28% dos inquiridos afirmaram que a quantidade de trabalho a ser feito (carga de trabalho) aumentou e 25,2% que as horas de trabalho aumentaram. Além disso, 36% dos entrevistados indicaram que têm um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional e mais tempo para dedicar à família e aos amigos.

O relatório,que contou com respostas de diversos países (Portugal, Alemanha, Áustria, Itália, Espanha, Grã-Bretanha, França e Polónia) e de mil inquiridos em cada uma destas geografias, foi acompanhado pelo Christian Montag, professor de Psicologia Molecular, autor e especialista na influência das tecnologias digitais na psicologia humana. O responsável descreve os resultados como o ‘paradoxo do teletrabalho’: As pessoas podem certamente trabalhar mais e ter mais tempo livre. A eliminação de deslocações longas e um horário mais flexível ao longo do dia, com uma boa organização, podem gerar mais tempo livre. Horários de trabalho personalizados, literacia digital e outros factores de bem-estar podem também ser causas

Por outro lado, o estudo da NFON foi também perceber as causas de stress dos colaboradores que estiveram e estão em teletrabalho. Assim, 37% dos participantes revelaram que sentiram níveis variáveis de stress. Entre os principais factores estão uma fraca conexão de internet (17,2%) e estar contactável a qualquer hora (19,7%). Para além disso, foram também referidos a falta de interacção social com os colegas (35,3%) e a falta de limites claros entre o tempo de trabalho e o tempo de lazer (30,3%).

Trabalhar a partir de casa está também criou uma tendência para automedicação entre os europeus: 34,4% dos participantes afirmam que tomaram suplementos sem receita médica (como melatonina, produtos legais de canábis, extractos de plantas, vitaminas e chás calmantes) para melhorar o seu bem-estar desde o início da pandemia, 18,2% para aumentar a concentração e 13,4% para recuperação.

De acordo com o ‘Relatório de Bem-Estar Teletrabalho 2022’ , 12,1% mudaram o seu espaço de trabalho para o quarto, 31,8% têm um escritório dedicado a este fim e 35,7% trabalham a partir da sala de estar. Em todos os oito países, a área média do espaço em que os profissionais trabalham é de 20,32m2.

Já sobre o futuro, os colaboradores estão a planear mudanças para terem mais harmonia entre o bem-estar e o trabalho. Por exemplo, 33% querem alcançar uma distinção mais clara entre a vida pessoal e a vida profissional, e 20,9% querem apostar no desenvolvimento pessoal.

Adicionalmente, está a emergir uma certa predisposição para trabalhar estando doente e/ou durante períodos de férias: 38,3% sentem que o teletrabalho é uma vantagem porque podem trabalhar mesmo estando doentes, e apenas 26,2% afirmam que não vão estar disponíveis para o seu empregador nas suas próximas férias.

Klaus von Rottkay, CEO da NFON AG, explica os resultados do estudo: «Estamos a perceber que as empresas na Europa têm de prestar muito mais atenção à qualidade do ambiente de trabalho – pessoas, saúde e bem-estar são muito importantes aqui. O novo modelo de trabalho ainda está no início e nós, empreendedores, temos a maior influência no sentido de tornar os modelos híbridos mais adequados para as pessoas e para as empresas».