No webinar ‘10 Anos a Fazer Crescer o Empreendedorismo no Feminino’, Teresa Fiúza, vice-presidente da Portugal Ventures, destacou alguns números alcançados pela sociedade de capital de risco que resultou da união do Inovcapital, AICEP Capital e Turismo Capital: em dez anos, a Portugal Ventures «investiu 177,2 milhões de euros» e conta com «mais de 140 startups no seu portfólio, das quais 25 têm empreendedoras como CEO». A responsável salientou ainda que o investimento em startups lideradas por mulheres «está a crescer» e que a sociedade tem planos para «lançar uma call ou constituir um fundo para apoiar exclusivamente empreendedoras» e que «estão à procura de investidores» para esse objectivo.
Sofia Tenreiro, investidora e empreendedora, explicou que é preciso haver um ambiente de autonomia e confiança em que as pessoas sabem que podem arriscar e errar», ter «coaching e pensar em como se ultrapassar e melhorar é fundamental» para o empreendedorismo no feminino. A aversão ao medo e em arriscar foi também abordado por Daniela Seixas, CEO da TonicApp. A empreendedora diz que «não se sentia satisfeita» com o seu percurso profissional como médica e que «criar uma startup com todos os desafios constantes» que isso acarreta, fez com que se sentisse «realizada». A mesma responsável esclareceu que é «fundamental planear a mudança e ter outros pilares da vida sólidos para se conseguir arriscar profissionalmente». Já Ana Pinto, CEO da Reckon.ai, referiu que ser empreendedora «não é um caminho fácil», mas que «vale a pena e traz uma grande aprendizagem».
Já Rita Nabeiro, CEO da Adega Mayor, salientou que ter este estatuto «não quer dizer que se tenha de criar uma startup» e que «é importante ter um espírito de experimentalismo, de querer fazer mais e evoluir, correndo riscos».
A ex-directora geral da Cisco Portugal, alertou ainda que «não é possível ter sucesso sem esforço» e falou do Grupo Nabeiro (do qual faz parte a Adega Mayor) como um exemplo de uma empresa que dá «palco e abertura aos seus colaboradores para serem empreendedores, inovadores e arriscarem» e de como esse tipo de empreendedorismo dentro das empresas também é importante, dando força à ideia de Rita Nabeiro.
Errar e aprender
Ana Torres, presidente da Professional Women’s Network Lisbon e MS Europe cluster lead da Pfizer, disse que, quando se arrisca, é preciso «saber viver com os resultados» porque «nem sempre pode correr bem»; as empreendedoras vão «falhar muitas vezes – é preciso saber viver com isso e aprender com o corre menos bem», uma vez que este é um processo que «faz parte do crescimento pessoal e das organizações».
Ana Torres, esclareceu ainda que o networking é «crítico» para todas as mulheres, para todas as empreendedoras e referiu que se deve «começar o mais cedo possível». As mulheres, ao contrário dos homens, «dedicam pouco tempo ao networking e não se apercebem das vantagens que podem tirar: é importante que despertem para isso». A responsável diz que esta ferramenta dá «empoderamento para ultrapassar obstáculos» e «superar os desafios».
Por outro lado, sobre a mentoria, Ana Torres referiu que é importante para o «desenvolvimento de competências» e «para aprender»; Rita Nabeiro lembrou que, por vezes, «é aquele clique que é preciso para avançar e arriscar». Finalmente, Conceição Zagalo, empreendedora e co-fundadora do GRACE, argumentou que «os mentores informais» são muitos importantes para «as mulheres acreditarem em si», mas que é preciso «ter vontade férrea de fazer acontecer» – para as empreendedoras que têm esse espírito, o «céu é o limite».
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