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Estudo revela que fintechs portuguesas ainda são poucas e incipientes

O FinTech Report 2020 mostra que o ecossistema português ainda se está a desenvolver, mas já há casos de sucesso e de relevo no mercado.

O estudo da Nova SBE, BPI e Fundação “la Caixa” sobre fintechs em Portugal, Espanha e África teve como objectivo avaliar a dimensão e as características desses mercados, assim como identificar os principais players. Segundo Afonso Eça, professor assistente na Nova SBE, que orientou o relatório, o mercado nacional de fintechs «é incipiente». No entanto, «as áreas em que estão a ser desenvolvidas, como pagamentos, crédito, blockchain, entre outras, são semelhantes às que estão a ser criadas um pouco por todo o mundo».  

As fintechs ibéricas apareceram mais tarde que o resto do mundo, «na sua maioria, depois 2015», revela o docente, o que justifica «em parte o facto destas empresas não estarem tão desenvolvidas» como em outras geografias. Além disso, em termos de escala, estas e outras startups nacionais sofrem pela «dimensão do país em que estão inseridas».  

Sobre o futuro, Afonso Eça é peremptório: «Não há cenário algum em que as fintechs substituem a banca», já que algumas operam no B2B e «por isso os clientes são precisamente os bancos», e as outras, as que «têm soluções B2C vivem em cima do sistema bancário, como é o caso da Revolut». O professor salienta ainda que «é do interesse da banca o crescimento do primeiro caso de fintechs pois são normalmente serviços que os bancos não querem internalizar» e no alguns casos do «B2C, que oferecem produtos gratuitos ou difíceis de monetizar, também não são negócios interessantes» para as instituições financeiras tradicionais.  

Assim, «vão continuar a existir fintechs, sem dúvida nenhuma, mas as que irão sobreviver serão de nichos que os bancos não querem ter nos seus portfólios». Por outro lado, haverá uma «consolidação», que já está a acontecer em alguns mercados, mas não no ibérico, em que estas startups se unem ou se adquirem umas às outras para criar empresas maiores. Afonso Eça esclarece que muitas destas empresas vão crescer de tal forma que vão ser «mais parecidas com o que hoje identificamos como banca tradicional do que fintechs».  

Por último, o docente da Nova SBE, salientou que o caso de sucesso mais evidente em Portugal é a Feedzai, que desenvolveu uma solução que detecta fraudes e que já é usada por diversos bancos, quer nacionais, quer internacionais.