A Kyndryl divulgou a segunda edição do Readiness Report que mostra que as empresas estão a obter rendimentos crescentes dos investimentos em inteligência artificial (IA), enquanto enfrentam uma pressão crescente para modernizar infraestruturas, escalar a inovação, requalificar as equipas e gerir riscos num contexto regulatório cada vez mais fragmentado.
O relatório, que reúne respostas de 3 700 líderes de empresas provenientes de 21 países, revela que o ROI está em crescimento, mas IA ainda em fase experimental. Assim, 54% das organizações afirmam já obter retornos positivos dos investimentos em IA, um aumento de 12 pontos percentuais face a 2024, mas 62% ainda não conseguiram ultrapassar a fase-piloto dos seus projectos.
Por outro lado, embora 90% das empresas afirmem dispor de ferramentas e processos que permitem testar e escalar novas ideias rapidamente, mais de metade reconhece que a sua base tecnológica continua a limitar a inovação.
Segundo o estudo, 87% dos líderes acreditam que a IA irá “transformar completamente” as funções dentro das suas organizações nos próximos 12 meses, mesmo que muitos admitam que os colaboradores usam pouco esta tecnologia e poucos possuam as competências técnicas necessárias.
Os líderes empresariais reportam ainda um aumento médio de 33% no investimento em IA face ao ano anterior, com 68% a afirmarem investir “de forma significativa” em pelo menos uma aplicação de IA. Com o aumento do investimento, cresce também a pressão para demonstrar retorno e proteger o valor criado – três em cada cinco líderes afirmam sentir mais pressão este ano para gerar ROI a partir da IA do que no anterior. O caso de uso mais frequente é a cibersegurança.
O Kyndryl Readiness Report salienta ainda que embora quase 9 em cada 10 acreditem que a IA irá reformular completamente as funções dentro das suas organizações no próximo ano, apenas 29% consideram que as suas equipas estão preparadas para tirar o máximo partido da tecnologia. Persistem também desafios culturais: 48% dos CEO reconhecem que as suas organizações limitam a inovação e 45% afirmam que os processos de decisão são demasiado lentos.
As empresas que estão a liderar este processo – designadas Pacesetters no relatório – distinguem-se por irem além do investimento tecnológico: estão a dar prioridade à cultura, à capacitação e ao alinhamento da liderança. Assim, comparativamente às organizações que ficam para trás, as Pacesetters são 32% menos propensas a apontar a infraestrutura tecnológica como barreira à inovação; 30% mais propensas a afirmar que a sua cloud se adapta a novas regulamentações; e 20% menos propensas a ter registado incidentes cibernéticos no último ano.
Martin Schroeter, Presidente e CEO da Kyndryl, explica que «existe uma falta de preparação à medida que as empresas procuram concretizar o valor transformador da IA» e que «embora 90% das organizações acreditem ter as ferramentas e processos necessários para escalar a inovação, mais de metade está condicionada pelas limitações da sua infraestrutura tecnológica, e menos de um terço considera que os seus colaboradores estão realmente preparados para a IA. Colmatar esta lacuna é o grande desafio e também a oportunidade que se apresenta».