Um estudo da Salesforce revela que os chief financial officers (CFO) alteraram a sua abordagem à inteligência artificial. Assim, em 2020, 70% dos inquiridos afirmavam ter uma estratégia conservadora de IA, há dois anos eram 34% e hoje são apenas 4% os que mantêm essa posição.
O relatório, que foi feito em parceria com a Morning Consult, entrevistou 261 líderes financeiros de 24 países incluindo Portugal e aponta que estes estão a aumentar os orçamentos dedicados IA e a agente de inteligência artificial: estes correspondem já a 25%.
Além disso, mais de metade (61%) afirma que os agentes de IA são mão-de-obra digital capaz de executar tarefas de forma autónoma e por isso estão «a alterar a forma como avaliam o ROI, expandindo a análise para além das métricas tradicionais e abrangendo uma gama mais ampla de resultados de negócio», indica a Salesforce.
Por outro lado, 64% afirma que os agentes de IA estão a alterar a forma como encaram os gastos da empresa e mais de um terço (35%) refere que a IA exige uma maior tolerância ao risco nos investimentos em tecnologia.
A grande maioria dos CFO (74%) acredita que os agentes de IA não só reduzem custos, como também impulsionam receitas. Os inquiridos que já implementaram agentes de IA espera um aumento de quase 20% nas receitas da empresa, 72% diz que os agentes de IA vão transformar o modelo de negócio 55% considera que estes irão desempenhar mais funções estratégicas do que tarefas rotineiras.
Os principais factores para se avaliar o ROI sobre a IA referidos pelos líderes financeiros são poupança de custos, melhorias em risco e compliance e crescimento das receitas (em 1.º lugar, ex aequo); seguido de melhorias na produtividade e eficiência e na tomada de decisão.
Já ao nível das preocupações, as mais referidas pelos CFO foram as ameaças de segurança ou privacidade (66%) e o longo tempo até retorno do investimento (56%).
Robin Washington, President and Chief Operating and Financial Officer da Salesforce, explica que «com os agentes de IA, não se está apenas a transformar modelos de negócio», mas «a redefinir o papel do CFO. E isto é algo que exige uma nova mentalidade, que vai além da função de guardiões financeiros, assumindo o papel de arquitectos do valor empresarial orientado por agentes».