O mais recente estudo do Grupo Adecco revela como a IA poderá mudar o mercado de trabalho. Segundo o ‘Liderar em tempos disruptivos’ é urgente desenvolver competências para maximizar o potencial da inteligência artificial e a competitividade das empresas.
O relatório, feito em colaboração com a Oxford Economics com base em inquéritos a dois mil executivos séniores de nove países ( EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Singapura, Austrália e Japão), as competências mais valorizados nos próximos cinco anos vão ser literacia digital (46%); as competências especializadas TI, como de IA (45%); literacia em dados (42%); criatividade e inovação (40%) e o pensamento crítico (37%).
De acordo com o estudo, 61% dos líderes de negócio esperam que a IA seja um factor de mudança para a sua indústria e por isso não é admirar que vão procurar talento com essas skills. Assim, 66% afirmam que vão contratar talento com competências em IA externamente, em comparação com apenas 34% que disseram que irão desenvolver a força de trabalho existente. Além disso, 37% dos líderes empresariais referiram que os salários para funções relacionadas com a IA vão ‘aumentar significativamente’ nos próximos 12 meses, comparativamente a apenas 24% para funções de white collar e 9% para funções de blue collar.
Os líderes empresariais (46%) indicam ainda irão redistribuir colaboradores cujos empregos sejam perdidos devido à IA, estando cientes que vão empregar menos pessoas dentro de cinco anos devido à tecnologia (41%)
O inquérito também descobriu que a lacuna de competências em IA se estende até ao topo das suas empresas, com 57% a manifestarem falta de confiança na capacidade da própria liderança de topo para entender os riscos e oportunidades proporcionados pela tecnologia. Apenas 43% disse ter programas de formação formal em vigor para melhorar as competências em IA, enquanto apenas 50% indicou que fornece orientação aos colaboradores sobre como utilizar a IA no trabalho.
Denis Machuel, Director Executivo do Grupo Adecco, refere que a «inteligência artificial está a emergir como um grande disruptor no mundo do trabalho» e que por esse motivo «contratar não deve ser a única abordagem que as empresas deverão adoptar». Para o responsável, «é imperativo que os líderes não só implementem urgentemente a melhoria de competências em IA, mas também garantam que esta é implementada de forma segura e responsável, mantendo as pessoas firmemente no centro desta transição».
«A IA deve ser uma ferramenta que apoia o potencial criativo único das pessoas e permite mais tempo para o pensamento estratégico e a resolução de problemas», acrescenta Denis Machuel.