Empreendedorismo

Addvolt cria sistema inovador que ajuda o transporte de mercadorias a ser mais sustentável e silencioso

A startup portuguesa desenvolveu o «primeiro sistema eléctrico plug-in híbrido do mundo», que torna o transporte de mercadorias refrigeradas livre de carbono, eficiente e silencioso.

A Addvolt nasceu em 2014 do «compromisso de quatro jovens estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto em eliminar o uso de diesel na refrigeração de produtos termo sensíveis, tais como, frutas, legumes, medicamentos e vacinas, durante o seu transporte», explica Catarina Silva, head of marketing & communication da startup. Bruno Azevedo, Miguel Sousa, Ricardo Soares e Rodrigo Pires viram uma oportunidade de negócio já que, só na Europa, circulam diariamente um milhão de veículos de transporte refrigerado. Assim, os fundadores fizeram «reuniões com o retalho, operadores logísticos e transportadores» e surgiu a ideia de criar o «primeiro sistema eléctrico plug-in híbrido do mundo» que pode ser instalado em qualquer camião, novo ou usado, «para alimentar qualquer máquina de frio» e «que pode ser carregado em qualquer armazém», esclarece a responsável. A directora revela ainda que os empreendedores «perceberam que o peso, o custo e a flexibilidade eram factores a ter em conta na logística, e por isso, em vez de colocarem uma bateria com grande capacidade e mais pesada, optaram pela instalação de um gerador» que permite o sistema, designado Powerpack, «recarregue durante o movimento do camião, principalmente nas travagens e desacelerações», tornando-o um sistema híbrido. Além disso, ao ser uma solução silenciosa, «permite maior conforto para o motorista e reduz o impacto sonoro das entregas nocturnas nos centros das cidades», avança Catarina Silva.

Um mundo mais sustentável
Hoje, ao fim de dez anos de actividade, a Addvolt conta «com mais de oitocentas unidades em circulação, mais de duzentos clientes acompanhados por uma rede de 140 parceiros certificados» – toda a operação é «monitorizada em tempo real». A responsável salienta os resultados : «Conseguimos, juntamente com os nossos parceiros e clientes, fazer um acompanhamento que garante os resultados e as poupanças em média de seiscentos litros/mês por veículo, vintetoneladas de emissões CO2 ano/veículo e ainda a redução de 50% das necessidades de manutenção do sistema de frio». A missão da startup é, assim, «desenvolver um transporte de mercadorias mais inteligente e sustentável, contribuindo para a redução do uso de combustíveis fosseis, consequentemente a emissão de gases poluentes e ruído».

Crescer e expandir
A tecnológica está a «liderar a electrificação do segmento de transporte de mercadorias» e actua em mais de dezoito mercados na Europa, Austrália e América, nomeadamente nos EUA, onde entrou recentemente. Catarina Silva explica a estratégia de internacionalização: «Uma das principais razões para a nossa presença em determinados mercados é a priorização daqueles que enfrentam restrições em termos de emissões de CO2 e ruído nos centros das cidades. A legislação em vigor e as metas propostas para redução de emissões fornecem um contexto crucial para a nossa expansão».

Mas a Addvolt não quer ficar por aqui, garante a responsável: «Com o surgimento de camiões eléctricos, lançámos ainda soluções e produtos que permitem ligar qualquer bateria de camião a qualquer sistema auxiliar, ou seja, máquinas de frio, gruas, sistemas de recolha de resíduos ou bombas hidráulicas. Hoje contamos com integrações em camiões 100% eléctricos, híbridos e até movidos a hidrogénio». Além disso, a startup está a «investir em aplicações no transporte de contentores frigoríficos por via-férrea ou semi-reboque» para «substituir o uso do tradicional gerador a diesel» e aposta na circularidade: os Powerpacks estão «preparados para serem reutilizados e aplicados num armazém ou habitação para fazer armazenamento de energia».

Para apoiar o crescimento e a expansão, a equipa de mais de sessenta colaboradores vai aumentar «20%» este ano e a Addvolt vai ter oportunidades de emprego para diversos perfis, tais como «engenharia electrotécnica, mecânica e informática e na área de suporte ao mercado».

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