Esta spin-off da Smartwatt, uma empresa portuense especializada em serviços de energia, que surgiu em Maio de 2023 para ajudar os produtores a «maximizar o desempenho» através da criação de «um ecossistema de algoritmos que permitem a manutenção dos activos, nomeadamente, dos painéis solares e turbinas eólicas» e que agora desenvolveu a sua própria plataforma, explica Tiago Santos (na foto), CEO da tecnológica.
As empresas de energia renovável têm «múltiplos parques em diversas localizações e estar parado significa perder dinheiro», salienta o responsável. Assim, a Enlitia criou uma solução com vários algoritmos proprietários que permitem a monitorização em tempo real dos dados e detectar, em «duas horas, qualquer problema existente, o que em outros softwares demoraria pelo menos uma semana».
A plataforma funciona como um assistente digital que possibilita trabalhar informações complexas dispersas, receber alertas em tempo real de potenciais problemas, antecipando, assim, possíveis paragens, mitigando os efeitos das mesmas e potenciando a eficiência da produção de energia solar e eólica. Ao «incorporar vários algoritmos que trabalham o mesmo indicador», a Enlitia consegue oferecer uma «maior precisão» e, assim, permitir que as pessoas que gerem os activos «tomem melhores decisões e de forma mais rápida».
Tiago Santos revela que este posicionamento é «oposto ao que existe no mercado», já que os outros fornecedores têm «algoritmos para resolver o mesmo problema de múltiplas maneiras». A visualização é feita com base em três indicadores que representam a «qualidade de dados, o desempenho e estado de saúde» e «está construída para mostrar sempre os mesmos dados da mesma forma, desde o global ao detalhe». O empreendedor salienta que a solução, que tem o mesmo nome da spin-off, «harmoniza a informação e quer pôr todos a falar a mesma língua».
Testar e crescer
O CEO explica que a empresa tem clientes em «Portugal, Espanha e Itália», nos quais se incluem «grandes produtores, como a Galp e EDP»; o próximo passo é «testar a plataforma com a ajuda dessas empresas» e fazer «o go-to-market dentro de doze a dezoito meses». A equipa da spin-off tem 21 profissionais, mas «o objectivo é chegar aos 35 a 40 colaboradores até ao final do ano» – para isto, a empresa deu início a uma «ronda de investimento». Tiago Santos diz que a ideia é contratar pessoas ligadas à «área tecnológica, em especial para desenvolvimento de produto».
Sobe o futuro, o responsável esclarece os planos: «Dentro de três anos queremos estar a facturar seis milhões de euros e chegar aos dez, dentro de cinco anos. Além disso, queremos estar presentes em mais países, nomeadamente no Norte da Europa, onde existe uma maturidade semelhante entre os clientes, e, depois, ir para ouros mercados, como os EUA».
