O Call INNOV-ID: Investir no Futuro, que decorreu na Lispolis, em Lisboa, teve como objectivo mostrar o impacto da iniciativa que apoia os projectos tecnológicos inovadores de desenvolvimento e investigação científica. Na sessão de abertura, Rui Ferreira, presidente da Portugal Ventures, explicou o que significam as letras da sigla ‘INNOV-ID’ para exemplificar a importância do programa: ‘I’ de «impacto»; ‘N’ de «network entre startups», ‘N’ de «network com os parceiros de ignição» que são responsáveis por receber as candidaturas; ‘O ‘de organização, quer da ANI, quer da equipa da Portugal Ventures; ‘V’ de visão já que o objectivo é «dar continuidade à iniciativa» e «mostrar ao mundo o que de melhor se faz em Portugal»; e ‘ID’ de «inovação, investigação e desenvolvimento». O responsável destacou alguns dados da Call INNOV-ID: «Investimos dez milhões de euros e, neste momento, este valor já multiplicou por dois. Estamos a alavancar dinheiro público para a economia e a falar de dez empresas que já levantaram rondas subsequentes de capital que ascende a 12,5 milhões de euros, o que por si só justifica a iniciativa. Outras vinte estão à procura de co-investidores e de rondas no valor de dez milhões de euros – acreditamos vão conseguir».
O secretário de estado da economia, Pedro Cilínio, falou de como a Call e a missão da Portugal Ventures é «actuar onde existem falhas» para que as startups possam ser «apoiadas nos seus momentos mais críticos de desenvolvimento de ideias, dos seus modelos de negócio» e, desta forma, «possam chegar ao mercado».
O membro do governo destacou ainda algumas novidades do Orçamento do Estado 2023 no âmbito do empreendedorismo: «Incentivos fiscais à contratação de emprego científico e quadros altamente qualificados com uma taxa de IRS mais favorável e valorizações em sede de IRC; uma taxa de IRC especifica para startups de 12,5%; e o reforço do benefício fiscal de stock options, que permitem distribuir o capital da empresa pelos colaboradores».
O investimento é fundamental
No painel que falou do investimento pre-seed, Teresa Fiúza, vice-presidente da Portugal Ventures, esclareceu que o apoio dado pela entidade com o Call INNOV-ID, no valor de cem mil euros, serve para levar as startups a um «nível onde os investidores privados possam pegar» e, assim, fazer crescer os projectos. Vasco Pereira Coutinho, CEO da Lince Capital, um dos parceiros de co-investimento da Portugal Ventures, explicou que, quando olham para startups em fase inicial, o mais importante é «o produto, o negócio, a sua viabilidade e o seu enquadramento de mercado», mas em especial os «founders, a sua experiência e envolvimento». O responsável indicou que as iniciativas como a INNOV-ID são «extremamente importantes», porque «ajudam os investidores privados a ir com mais segurança para o mercado de pre-seed».
O investimento em fase incial é uma «necessidade de mercado», sublinhou Gil Azevedo, executive director da Startup Lisboa e da Unicorn Factory Lisboa. O responsável referiu que esta é uma «forma de dar aos empreendedores a possibilidade de avançarem com a sua ideia e conseguirem mostrá-la ao mercado». Por outro lado, Francisco Figueiredo, CEO e co-fundador da startup GovWise, disse que os empreendedores «devem aproveitar os apoios que existem em Portugal» e que gostaria que houvesse uma «maior ligação com outros programas focados em I&D», para que as startups pudessem ter maior sucesso. Eduardo Nunes, CEO e co-fundador da Kendir Studios, aconselhou quem está a começar a «não ter medo de vender o projecto» porque é «importante para os investidores saberem que conseguem expor a ideia e mostrar por que motivo é boa». Este responsável fez, ainda, um pedido aos parceiros de capital da Portugal Ventures e à entidade para darem um «maior seguimento desde o investimento inicial até à segunda ronda», no âmbito da Call INNOV-ID.