Empreendedorismo

Fashable usa inteligência artificial para tornar a indústria da moda mais sustentável

Esta startup portuguesa desenvolveu uma solução de IA generativa que dá «superpoderes» à indústria da moda. A Fashable permite que as empresas gerem novos modelos de roupa de forma mais rápida e sejam mais sustentáveis.

A Fashable é uma spin-off do XNFY Lab fundada por Rui Maranhão – doutorado e professor de software enginnering na Universidade do Porto – e Orlando Ribas Fernandes – mestre em IA e sistemas inteligentes, CEO da XnFinity e do laboratório que originou a startup (que resulta de uma parceria da empresa com a Microsoft). Este responsável explica que, numa visita a uma feira em Nova Iorque, se juntou ao «ex-colega de liceu, que estava a trabalhar na Google como investigador convidado» e apresentou um projecto sobre o «potencial de desenvolver uma tecnologia de IA que fosse capaz de criar imagens realistas».

A solução da startup é um «kit de ferramentas de IA generativa» para o sector da moda que dá «superpoderes únicos» a esta indústria, para que possa ser «mais rápida a adaptar-se a novos modelos de negócio, como por exemplo o metaverso, e seja cada vez mais sustentável», esclarece Orlando Ribas Fernandes. O empreendedor revela de que forma funciona a Fashable: «Os nossos modelos de IA são alimentados por diferentes fontes de informação, como as redes sociais, marketplaces ou sites de e-commerce. Com essa informação vão começar a aprender o que são vestidos, diferentes tipos, padrões e as tendências do momento»; a partir daí, é possível «criar peças de roupa, calçado, acessórios, ourivesaria e conteúdos com pessoas a usar diferentes tipos de roupa, com imagens muito realistas».

A tecnologia «desenvolvida in-house» com «modelos próprios e técnicas proprietárias» permite à startup «atingir resultados mais realistas quando comparados com outras tecnologias, como o Dall.E», além de proteger os clientes de «violações de copyright», já que existe um «sistema de validação» que garante que não são «copiadas imagens e movimentos» de outras fontes.

Tecnologia que promove a sustentabilidade
Numa indústria conhecida pelo seu lado poluente e de desperdício de recursos, a Fashable ajuda as empresas do sector a serem mais sustentáveis, destaca Orlando Ribas Fernandes: «As imagens geradas são utilizadas pelos nossos clientes para validação perante o consumidor final, através da partilha nas redes sociais e nos sites das empresas. Isto reduz o tempo e recursos na criação de novas colecções e permite às marcas começar a vender antes de mandar produzir, com o intuito de diminuir, e até mesmo extinguir, o dead stock e a produção em massa. Depois, as peças só são produzidas quando existe comprador». Além disso, é possível «criar novos conteúdos» para «dar uma nova vida ao stock que não foi vendido ou à roupa em segunda mão».

Para já, a startup, que «começou com uma visão global desde o dia zero», vai apostar em mercados «essencialmente na Europa e nos EUA» para concretizar a sua visão para o futuro: serem reconhecidos como a «referência em IA generativa para a indústria da moda e continuar o desenvolvimento do roadmap com novas funcionalidades disruptivas». A equipa da Fashable tem oito profissionais e poderá aumentar em breve, como refere o CEO da startup: «Tudo vai depender do nosso crescimento e adopção da nossa tecnologia».