Em Foco

As TI num (novo) mundo sem COVID

A vida empresarial vai retomando, pouco a pouco, o ritmo pré-COVID. Mas está diferente. Que boas-práticas vieram para ficar? O que mudou na relação com os clientes? Que áreas foram alvo de maiores investimentos? A visão das empresas clientes face às TI alterou-se?

Thomas Lefebvre/Unsplash

Apesar de as empresas já estarem a trabalhar num ambiente praticamente livre do estigma da COVID-19, ainda enfrentam uma enorme pressão nos seus resultados financeiros. Embora existam muitas lições a serem aprendidas com este desafiante momento, há uma certeza: o digital deixou de ser apenas uma opção. Para vencer, as empresas precisam de transformar radicalmente a sua forma de fazer negócio face ao ritmo das mudanças, rápidas e desenfreadas, que estamos a testemunhar, em muitos sectores.

Segundo a consultora Kerney, criada em 1926 e, por isso, uma testemunha de vários períodos da história contemporânea, à medida que avançamos para esta nova era, as empresas têm a oportunidade de acelerar as suas estratégias digitais e sair da crise como vencedoras. Mas, como é que vão fazer isto? Basicamente, pelo menos para a consultora norte-americana, são cinco os grandes objectivos de TI nos quais as empresas têm de se concentrar para emergirem como vencedoras após a COVID-19: redução de custos e flexibilidade, segurança cibernética, liderança, parcerias e transformação.

Redução de custos e flexibilidade
A consultora defende que, de maneira bastante compreensível, dadas as consideráveis ​​perdas de receita sofridas por empresas em tantos sectores durante a interrupção dos seus negócios, a optimização de custos é, actualmente, o foco principal de muitos líderes. Mas esses esforços também oferecem uma oportunidade de adoptar novas formas de trabalhar enquanto a estratégia de negócio é realinhada. «Os líderes devem começar a implementar o orçamento de base zero e, assim, realocá-lo para financiar aspectos cruciais que estejam ligados a resultados claros e quantificáveis», explicam Michael Roemer e Varun Arora, partners da Kerney.

Para estes especialistas, os parceiros estratégicos também podem desempenhar um papel importante na simplificação dos negócios, trazendo padronização e, ao mesmo tempo, metodologias e inovação de ponta. «Este é o momento de ser ousado e adoptar um pensamento aparentemente radical. As empresas devem considerar digitalizar os principais processos de TI enquanto duplicam as iniciativas de automação, como o uso de automação de processos robotizados para melhorar as operações de backoffice ou a introdução de soluções de análise de vídeo inteligente baseadas em IA ou machine learning. Um foco adicional deve ser dado ao desenvolvimento de recursos de gestão de activos, assim como um impulso para a transformação do legado de TI em direcção aos 100% de conectividade através de API».

Cibersegurança é basilar
No primeiro mês da paralisação, em plena pandemia, o Internet Crime Complaint Center do FBI viu as reclamações de segurança cibernética quadruplicarem de mil para quatro mil por dia nos EUA, à medida que os hackers aproveitavam a força de trabalho remota recém-expandida – uma realidade que a Europa igualmente testemunhou. Para a Kerney, um programa de segurança cibernética forte requer uma combinação vencedora de estratégia e táctica.

1 comentário

Os comentários estão encerrados.