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As TI num (novo) mundo sem COVID

A vida empresarial vai retomando, pouco a pouco, o ritmo pré-COVID. Mas está diferente. Que boas-práticas vieram para ficar? O que mudou na relação com os clientes? Que áreas foram alvo de maiores investimentos? A visão das empresas clientes face às TI alterou-se?

Thomas Lefebvre/Unsplash

«As ameaças cibernéticas precisam de ser reavaliadas com frequência através de uma estrutura de maturidade de risco. Devem ser simuladas por meio de testes no novo ambiente de trabalho – por exemplo, testando acesso VPN, contas comprometidas, até mesmo ataques de resgate de fornecedores com a ajuda de suporte externo ou hackers – para descobrir pontos fracos que podem ser mitigados implementando melhores mecanismos e políticas de segurança».

A consultora fala ainda no facto de ser crucial identificar os principais fornecedores e trabalhar com eles para avaliar o potencial risco cibernético devido ao acesso compartilhado e pontos de intercâmbio de dados e implementar contramedidas, como seja migrar para domínios separados. «A troca de informações e know-how sobre ameaças com as entidades governamentais apropriadas e empresas parceiras abre caminho para o desenvolvimento de modelos de suporte de segurança cibernética intersectoriais».

Do conceito à prática
Dos conceitos à prática, que bons exemplos retiraram as empresas de todo este contexto? O que vai prevalecer no pós-COVID? Para Isabel Reis, directora-geral da Dell Technologies, as boas-práticas estão intrinsecamente ligadas a uma maior flexibilidade laboral, sendo hoje natural dividir o tempo entre o trabalho remoto e o onsite. «Esta flexibilidade veio gerar uma maior disponibilidade por parte dos clientes para aceitar, por exemplo, reuniões em formato remoto, diminuição no número de viagens internas e externas, maior acessibilidade a reuniões, eventos, workshops, reuniões internacionais etc., facto que antes do COVID não era sequer considerado como alternativa».

Relativamente aos clientes, Isabel Reis relembra que, enquanto todos estávamos em confinamento (ou mesmo logo após, quando não era ainda permitido visitá-los), não existia alternativa senão usar as ferramentas de colaboração e manter o contacto e as reuniões por Zoom ou Teams. «No entanto, depois de o mercado abrir e voltar a uma certa normalidade, os clientes continuam na sua maioria a preferir o contacto presencial e ainda bem que assim é, pois nada substitui o contacto humano».

A directora-geral admite que, mesmo dentro da própria Dell, tal como em todas as organizações, nada ficou igual. «Todos nos adaptámos a novas formas de trabalhar e aceitámos uma maior flexibilidade por parte dos colaboradores. No entanto, com esse ganho de flexibilidade, veio a necessidade de um maior reporting sobre as diferentes métricas de negócio que medem os resultados nas várias LOB, tipo de venda, número de clientes contactados diariamente, propostas enviadas, etc, de modo a assegurar que não temos quebras de performance e que a operação está a funcionar em pleno».

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