Empreendedorismo

Enlightenment.AI ajuda as empresas a tirar maior partido dos dados

A startup nacional criou uma metodologia para ajudar as empresas a desenvolver uma estratégia de dados eficaz, assim como projectos de inovação. O objectivo é aumentar o desempenho dos seus negócios.

A Enlightenment.AI (EAI) é uma startup que faz projectos em tecnologias emergentes, como inteligência artificial e análise de dados, para ajudar as empresas a «capitalizar os seus dados da forma mais eficaz possível» e a fazer «melhorias significativas, duradouras e sustentáveis no seu desempenho», explica Manuel Levi, fundador e CEO da tecnológica.

Depois de ter estado fora do País, o responsável revela que, quando voltou, sentiu que a área de data science ainda estava «muito subdesenvolvida»; desta forma, Manuel Levi reuniu um grupo de data scientists e aspirantes a cientistas de dados, no qual se destacou Miguel Cabrita, o outro fundador da EAI. A criação da startup começou quando ambos perceberam uma realidade: «As organizações não sabem muito bem o que é, como e onde aplicar data science». Assim, a EAI desenvolveu a metodologia FORCE, um «conjunto de passos bem definidos que qualquer empresa pode seguir e adaptar às suas necessidades» para desenvolver uma estratégia de dados. O nome vem dos «cinco pilares que a constituem – Foundation, Observation, Resilience, Competence and Expansion», explica Manuel Levi. O fundador lembra ainda que esta ferramenta foi criada porque as empresas «tentam aplicar algoritmos de inteligência artificial super avançados, antes de terem os seus dados sequer organizados, ou uma infraestrutura que suporte essas análises».

Uma plataforma “forte”
A Enlightenment.AI trabalha com os clientes para «perceber que factores realmente estão a limitar o crescimento» e foca aqui «todo o esforço». Aqui, entram organizações de diversos sectores, nacionais e internacionais, entre os quais «banca, fundos de investimento, retalho, transportes, turismo e saúde», onde, geralmente, o foco é «fazer mais dinheiro ou reduzir custos». Entre os clientes estão nomes como a Carlsberg, a EDP e o BPI.

Neste momento, a startup está a criar uma plataforma chamada DataStrategy.AI, que «digitaliza a FORCE e serve de guia para as empresas na construção e execução sua estratégia de dados», afirma o CEO. Além disso, esta solução tem outra vantagem: «A integração de ingestão de dados e construção de modelos de inteligência artificial genéricos e com pouca complexidade, mas que permitam aos utilizadores ver algum retorno a um custo mais reduzido, quando comparado com o desenvolvimento destes modelos, com uma equipa interna ou externa».

Sobre o futuro, Manuel Levi não tem dúvidas sobre o sucesso, apesar do «momento de instabilidade», que normalmente se traduz em «retracção no investimento na inovação», principalmente depois de a startup ter sido considerada pela ANI como« idónea à prática I&D» nas áreas de data science, IoT e inteligência artificial. O responsável garante que foi «um dos melhores reconhecimentos recebidos» e uma confirmação de que a empresa está na «direcção certa», o que «é muito recompensador». O empreendedor acredita nas mais-valias deste apoio da ANI: «Vai permitir ter acesso a mais oportunidades, não só pela confiança depositada na empresa por essa autoridade, mas também pelas vantagens fiscais a que os clientes portugueses passam a ter acesso».