A Defined.ai (antiga DefinedCrowd) anunciou o lançamento do consórcio Accelerat.ai que «visa facilitar o desenvolvimento de aplicações de inteligência artificial (IA) fiáveis e a utilização de dados recolhidos de forma ética» em português europeu. O projecto vai ser financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e representa um investimento de 34,5 milhões de euros.
De acordo com Daniela Braga, fundadora e CEO da Defined.ai, a missão é «desenvolver programas de IA de língua portuguesa europeia, algo que, até à data, ainda não tem sido abordado de forma eficiente» já que «se um programador quiser usar interfaces de voz no mercado português, vê-se na obrigação de usar modelos genéricos com bastante margem de erro ou em inglês e português do Brasil. Colmatar esta lacuna é um dos principais objectivos» da iniciativa.
O Accelerat.ai irá assim desenvolver uma tecnologia exclusiva que permitirá optimizar o atendimento ao cliente nos sectores público e privado através de «assistentes virtuais emparelhados com centros de contacto como um serviço em português europeu». Com estas melhorias, estima-se que será possível reduzir os custos ao automatizar 80% das resoluções de apoio ao cliente.
Os clientes poderão escolher qual a tecnologia pretendida, seja a versão completa de IA conversacional, a componente de reconhecimento de voz (ASR), a de processamento de linguagem natural (NLP) ou resposta de texto para voz (TTS), e modelo de negócio será baseado em subscrições flexíveis.
Além disso, apesar de ir ser concebido para ajudar os portugueses, este sistema irá impactar todos os cidadãos da União Europeia no futuro «devido à sua modularidade multilingue», o que irá permitir lançar soluções para diversos mercados europeus.
O consórcio conta com a participação Devscope, NOS, Instituto Superior Técnico de Lisboa, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, FC.Id e INESC-Id e terá como parceiros e/ou conselheiros a IBM, Microsoft, Axians, Talkdesk e KPMG.
O projecto irá criar 44 novos postos de trabalho qualificado em Portugal, e contará ainda com o contributo de milhares de portugueses que, em regime crowd-source, para criarem dados para o desenvolvimento da tecnologia.