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Ciberataques são considerados o terceiro risco empresarial em 2021

Este ano, a pandemia ultrapassou os incidentes cibernéticos como a maior preocupação de negócio, revela o Allianz Risk Barometer. Apesar disso, a cibersegurança continua a ser vista como o terceiro risco empresarial com 40% das empresas a sentirem-se ameaçadas.

FLY:D/Unsplah

A preocupação global com o cibercrime e as violações de dados têm vindo a aumentar ao longo dos anos e antes da pandemia, os incidentes cibernéticos eram considerados, na maioria das vezes, o maior risco de negócio a nível mundial. Isto mudou em 2021, de acordo com o Allianz Risk Barometer, um relatório que identifica os riscos empresariais mais relevantes dos próximos doze meses.

A décima edição deste estudo, feito com base em mais de 2700 respostas de empresas de 92 países, mostra que, embora os ciberataques continuem a ser uma das três principais preocupações das organizações, a COVID-19 afectou o ranking dos maiores riscos do sector empresarial. A liderança é, agora, do risco da interrupção de negócio (41%), seguido do de um surto de uma pandemia (40%), que subiu quinze posições; o top 3 é fechado pelo risco cibernético (40%).

As empresas de todo o mundo consideram que o cibercrime é um problema mais significativo que o da volatilidade ou flutuação do mercado, que foi classificado como o quarto maior risco no sector empresarial este ano, com 19% dos inquiridos a referirem este factor. As alterações de legislação e regulação, a perda de reputação, as catástrofes naturais, os desenvolvimentos macroeconómicos e os riscos políticos foram alguns dos outros riscos referidos.

Dentro dos ciberataques, as violações de dados foram classificadas como as mais preocupantes, seguido pelas vulnerabilidades de TI derivadas do aumento do trabalho remoto e pelos ataques de ransomware, que têm aumentado, quer em número, quer em impacto.

Philip Beblo, global practice group leader utilities & services, IT communication da Allianz Global Corporate & Specialty, refere que «os efeitos directos da pandemia podem diminuir em 2021, mas as consequências da COVID-19 vão permanecer durante mais algum tempo». O responsável salienta ainda que «os riscos cibernéticos serão também uma fonte mais significativa de risco de interrupção do negócio, uma vez que a pandemia acelerou a digitalização e o trabalho remoto».

Despesas com cibersegurança a crescer
Com o risco cibernético a ser uma das maiores preocupações das empresas, não admira que muitas destas organizações estejam a aumentar os seus orçamentos dedicados à segurança. Assim, as despesas com produtos e serviços de cibersegurança a nível mundial atingiram, em 2020, de acordo com os dados da Statista, 101,19 mil milhões de euros, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. Para 2021, espera-se que os gastos com cibersegurança aumentem 10%, segundo a S21sec, ou mesmo mais, já que as previsões da Gartner são um pouco mais elevadas, a consultora espera um crescimento na ordem dos 12,4%.

Os serviços de cibersegurança, como a análise de riscos e a descoberta de vulnerabilidades, são a área que mais tem crescido e as despesas deverão atingir um valor de 51,7 mil milhões de euros este ano. Já os gastos com software e hardware de cibersegurança devem corresponder a 37,4 mil milhões e 21,9 mil milhões de euros, em 2021, respectivamente. Até 2025, as receitas globais ligadas à cibersegurança poderão mesmo chegar aos 177 mil milhões de euros.