De acordo com o Fórum Económico Mundial, globalmente, o número de funcionários a trabalharem remotamente de forma permanente deverá dobrar em 2021. A capacidade de as Tecnologias de Informação se adaptarem a esta nova força de trabalho remota irá definir, segundo os analistas, o sucesso de qualquer organização.
A força de trabalho neste novo normal espera experiências de utilizador perfeitas e desempenhos extremamente rápidos em qualquer lugar, a qualquer hora e a partir de qualquer dispositivo. A questão é que as TI precisam de dar resposta a estes e a muitos outros requisitos, para estabelecer um espaço de trabalho digital que seja não apenas viável, mas competitivo. Flexibilidade, agilidade e mobilidade de desktops geralmente requerem uma nova infra-estrutura optimizada na nuvem, que pode ser dimensionada à medida com ferramentas e processos simples e automatizados. A juntar a isto, as TI devem “entregar” tudo com rapidez e segurança, com equipa e orçamentos limitados, e sem desacelerar o seu progresso nas iniciativas de transformação digital.
Por outro lado, a forma como os dados são agora vistos é totalmente diferente do período anterior ao da pandemia. Foram várias as alterações que a COVID-19 trouxe e, se pensarmos bem, os dados foram um dos principais factores de mudança, disse à businessIT Manuel Prates, storage leader da IBM Portugal. De uma hora para a outra, as empresas viram toda a sua força de trabalho em casa, com os seus dados distribuídos por diferentes localizações, sem as condições necessárias para garantir a sua segurança.
O número de ataques aos dados dos clientes aumentou exponencialmente, tendo-se criado condições de uma maior vulnerabilidade das organizações. «Isto foi percepcionado pelas empresas, que começaram a apostar na cibersegurança e no seu desenvolvimento tecnológico, o que passa pela adopção da cloud híbrida e IA». Apesar de tudo, do ponto de vista tecnológico, a pandemia parece ter trazido algo positivo – a consciencialização e dinamização necessárias para as empresas apostarem no próximo capítulo da transformação digital. «A IBM tem acompanhado de perto esta evolução e trabalhado para ajudar os clientes em todo o processo. Para dar resposta à necessidade de armazenamento crescente, temos novos sistemas de armazenamento flash de alta velocidade e de entrada de gama, bem como actualizações de cloud híbrida e containers, para ajudar a tornar acessível o armazenamento de nível empresarial a organizações de todas as dimensões e requisitos».
Cloud vingou em ambiente pandémico
Aliás, para Manuel Prates, a pandemia veio mostrar a necessidade e benefícios da utilização da cloud, que se tornou essencial num contexto de COVID-19. «Foi a forma de as empresas darem resposta à nova dinâmica de trabalho que foi imposta. Por outro lado, temos de ter em conta a adopção do teletrabalho por muitas organizações num cenário de pós-pandemia, o que vem reforçar a necessidade e a tendência que já se verifica de migração dos dados para a cloud».
A transformação digital impulsionada pela pandemia trouxe novas e grandes necessidades no mercado de armazenamento. Segundo a IDC, a proliferação de dados a nível global deverá crescer para 143 zettabytes até 2024. «Cada vez mais as empresas precisam de armazenamento de elevada capacidade e eficiente. Esta é, sem dúvida, uma área que vai crescer muito nos próximos anos. O que ainda não está totalmente claro é a percentagem destes dados que os clientes vão manter em clouds privadas, e qual a percentagem que vão transferir para clouds públicas. Uma coisa é certa: os ambientes de cloud híbridos vieram para ficar».