Em Foco

A revolução dos dados

A transformação digital, impulsionada pela pandemia, trouxe novas e grandes necessidades ao mercado de armazenamento. Para terem sucesso, as empresas têm de usar os dados para aumentar a eficiência, aumentar o lucro e desenvolver uma vantagem competitiva estratégica.

Taylor Vick/Unsplash

Migração deixou de ser ‘cega’
Nos últimos meses, houve projectos de migração de alguns workloads para cloud, confirmou Pedro Pinto, ‎data center business development manager da Fujitsu. Esta migração está a ter em consideração os reais custos e não uma migração cega e desmedida como foi feita há anos, onde muitos clientes iniciaram processos de reversão difíceis. «Hoje, os clientes identificam previamente as áreas que beneficiam da agilidade da cloud, mas atentas aos custos que essa migração por vezes ‘esconde’ – shadow IT».

Questionado sobre a evolução deste mercado nos próximos dois anos, Pedro Pinto diz que a digitalização e a transformação vão trazer, seguramente, mais informação. «Novos e mais modelos de negócio assentarão na capacidade de interpretar, correlacionar informação e decidir e implementar em tempo real. Tudo isto levará a mais dados e negócio em muitos modelos e arquitecturas». On-premises, cloud, tradicional, convergence, hiperconvergente, e outros, farão, para este responsável, com que este mercado evolua e traga exigências antes inimagináveis. «A informação terá ainda mais importância no dia a dia das empresas e pessoas».

Transformação digital começa nas TI
Uma coisa é certa: o mundo está a mudar, com profundos impactos na economia global. Por causa dessas mudanças, os CEO relatam que a transformação digital continua a ser um item crítico na agenda dos seus negócios, admite Thomas Kaiser, director partner led area EMEA na NetApp. «A transformação digital começa com a transformação das TI. Frequentemente, requer um ambiente de infra-estrutura híbrida com várias nuvens, o que permite às empresas implantar recursos quando e onde precisam. A multicloud híbrida é um estado final para organizações que estão a trabalhar para transformar com sucesso a forma como chegam ao mercado».

Thomas Kaiser Somos assume que este mercado é o principal beneficiário da crescente importância dos dados, estando em posição única para ajudar os clientes nas suas transformações digitais. «Estamos a construir uma base sólida de inovação de software centrada em dados líder do sector, relacionamentos confiáveis ​​com os clientes e uma abordagem de ecossistema aberto que é fortalecida por parcerias com as principais empresas de nuvem pública que endossam a nossa estratégia. A NetApp está posicionada de maneira única para ajudar os clientes a descobrir o melhor da nuvem».

Tsunami de dados é um desafio
Na economia de hoje, as empresas que estão a ter mais sucesso descobriram como usar os dados para aumentar a eficiência, aumentar o lucro e desenvolver uma vantagem competitiva estratégica. Mas, muitas vezes, diz Edgar Ivo, territory manager da Red Hat Portugal, que o “tsunami” de dados que as organizações têm à sua disposição torna um desafio aproveitar o verdadeiro poder que eles encerram. «Ter dados disponíveis num formato “consumível” quando e onde forem necessários pode significar a diferença entre a liderança de mercado ou oportunidades perdidas».

Para este responsável, na realidade que vivemos (a pandemia da COVID-19), o machine learning continuará a ser um forte impulsionador da expansão da necessidade de recursos de dados, tanto em termos de capacidade bruta como em novas funcionalidades. «Actualmente, os drivers de microserviços e machine learning que se apoiam mutuamente, exigem uma nova abordagem, com recursos de dados nativos da cloud que potenciam as equipas de desenvolvimento».