Em Foco

O poder da humanidade aumentada

Embora o termo possa ser relativamente novo, o conceito não é. As empresas sempre procuraram o poder da humanidade aumentada para melhorar a experiência do cliente, como o caso do Spotify que está ligado à frequência cardíaca do ouvinte para escolher a música para acalmar a mente. Isto é só o começo.

thisisengineering /Unsplash

O impacto na mão de obra
O termo ‘humanidade aumentada’ foi cunhado pelo CEO do Google Eric Schmidt em 2010, ganhando projecção ao longo dos anos. De forma simplificada, este conceito refere-se ao uso de tecnologia para potenciar deliberadamente o corpo humano para ganhos médicos ou aumentar o desempenho. A HA abrange smartphones e sensores, aplicações corporais, como lentes e relógios inteligentes, e também aplicações implantadas, como tatuagens digitais e comprimidos inteligentes.

Na verdade, as empresas sempre procuraram o poder da humanidade aumentada para melhorar a experiência do cliente, com exemplos em todos os lados: o Spotify está ligado à frequência cardíaca do ouvinte e escolhe a música para acalmar a mente, enquanto a Google patenteou as suas lentes de contacto Verily, que detectam o

nível de glicose no sangue para diabéticos. Já a Samsung inventou lentes que permitem que os utilizadores vejam o conteúdo de realidade aumentada; a Waverly Labs e a Mymanu disponibilizam auscultadores inteligentes que traduzem idiomas com reconhecimento de voz em tempo real. A L’Oréal fez uma parceria com a BASF para desenvolver e imprimir pele humana. E isto, dizem os entendidos, é apenas o começo.

«A Humanidade Aumentada promete transformar a mão-de-obra tanto quanto a automação», disse à businessIT a especialista em recursos humanos e psicóloga Mariana Alves. «Os avanços da tecnologia sempre tiveram como premissa a melhoria da condição humana. Hoje, estamos à beira de uma era avançada, em que a tecnologia está a redefinir as possibilidades do que um ser humano pode realmente ser capaz. À medida que esta próxima fase de tecnologia transformadora avança, wearables e outros conceitos irão desbloquear o potencial humano ao explorar o nosso humor, frequência cardíaca e pensamentos».

Um relatório de megatendências da Ernst & Young prevê que o ‘aumento humano’ irá mudar as expectativas do consumidor, pelo que as marcas irão precisar de se reinventar para responder a esta procura. Em todo o mundo, os líderes da indústria compartilham a opinião de que a inteligência artificial e os robôs não vão retirar postos de trabalho, mas sim aumentá-los fazendo coisas que nós, humanos, não fazemos tão bem. «A humanidade aumentada promete mudar a experiência humana, permitindo que os indivíduos vivam vidas mais felizes e satisfatórias», refere Mariana Alves.