Reportagem

Backup-as-a-Service é a nova aposta da Commvault

A empresa norte-americana apresentou a sua mais recente solução no mercado nacional, o Metallic. Este ‘backup como serviço’ é parte integrante da estratégia de negócio da Commvault.

Lançado nos EUA no ano passado, o Metallic está agora a chegar a alguns países europeus, entre os quais Portugal e Espanha. As empresas ibéricas podem agora ter acesso à oferta de Backup-as-a-Service (BaaS) da Commvault, para facilitar as cópias de segurança e a recuperação em caso de ataques cibernéticos ou outras situações em que ocorram perdas de dados.

Durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar esta novidade, Elisa Martínez, Metallic cloud sales leader Iberia & Italia da Commvault, lembrou que, devido à pandemia, há novos desafios para as empresas, entre os quais «a dispersão e criação de silos de dados», o «aumento do cibercrime, em especial do ransomware (41%)», a existência «de cada vez mais dispositivos» e «um crescente uso da cloud».

Com o Metallic, a empresa quer ajudar as empresas a antecipar estes problemas e a proteger as workloads com «uma única oferta nativa da cloud». A novidade usa Microsoft Azure e a plataforma de protecção de dados da Commvault para oferecer «soluções de backup como serviço em ambientes SaaS, clouds públicas, híbridas e ou on-premise», esclarece Edwin Passarella, sales engineering manager (western region) da Commvault.

O Metallic possibilita, assim, a gestão de todos os dados através de um «único local» e «sem necessidade de uma infraestrutura complexa, com flexibilidade, agilidade e escalabilidade», refere o responsável. Elisa Martínez lembrou ainda que a oferta «cumpre os SLA, mitiga os efeitos do ransomware e as ciberameaças, está em conformidade com a legislação, como o RGPD, é passível de ser implementada em minutos e gerida remotamente».

Protecção da cloud até ao endpoint
Edwin Passarella disse que o Metallic é a «solução mais abrangente que há», já que inclui diversas vertentes: o Metallic Office 365 Backup & Recovery e o Metallic Endpoint Backup & Recovery, que permitem às empresas terem as suas aplicações Microsoft e os computadores portáteis ou desktops sempre protegidos; o Metallic VM and Kubernetes Backup, para containers e máquinas virtuais; o Metallic Database Backup, para base de dados (SQL, SAP HANA ou Oracle); e o Metallic File & Object Backup, para proteger dados não estruturados. Adicionalmente, a plataforma oferece ainda uma protecção optimizada para aplicações SaaS da Salesforce.

Segundo Elisa Martínez, o Metallic adapta-se a qualquer tipo de empresa já que «proporciona a todos os clientes suprir as suas necessidades de backup no modelo mais dinâmico e flexível que existe, independentemente da sua dimensão, ajustando-se às suas necessidades».

É que na verdade os ataques de ransomware «não visam apenas grandes empresas e instituições» e os dados são «cada vez mais importantes» para qualquer tipo de organização como salienta a responsável: «A criticidade das informações para a viabilização dos negócios dos nossos clientes abrange desde uma grande instituição financeira ou um organismo público até um escritório de advocacia ou de arquitectura. O Metallic tem uma solução para cada um destes casos».

A importância do canal
Os parceiros são fundamentais na estratégia da Commvault, uma vez que a empresa funciona com uma filosofia 100% de canal. David Benito, director de canal da empresa para a Iberia, refere que o Metallic é uma «oportunidade de mercado» já que «cada vez mais os clientes querem soluções seguras e de fácil implementação». Além disso é uma oferta «diferenciadora e única», já que serve «para proteger workloads na nuvem, em máquinas virtuais, on-premise e ainda tem a possibilidade de eleger o destino da cópia dos dados». Segundo o responsável, isto «dá uma flexibilidade ao canal para abordar qualquer tipo de projectos em empresas de qualquer dimensão».

Por outro, David Benito afirmou que um dos benefícios mais importantes para canal é o «retorno do investimento» e revela por quê: «Estamos a ver projectos implementados na região da EMEA que tipicamente demoravam nove meses desde que o cliente indicava os requisitos até ao final – em que o parceiro só começava a cobrar nessa altura, a serem feitos em menos de trinta dias. E assim que o cliente dá o ok, são quinze minutos para estar a funcionar. Desta forma, os parceiros podem não só diminuir o risco, como o investimento em recursos técnicos».

Estratégia para o mercado português
Elisa Martínez destaca que «a tendência mundial em todos os mercados é a de continuar a apostar na adopção de soluções BaaS» e que o Metallic «permite à Commvault cobrir um espectro cada vez maior de necessidades de backup dos clientes». Segundo as principais consultoras, o mercado de BaaS deverá chegar aos 4,3 mil milhões de dólares no próximo ano e é por isso que as perspectivas são altas, como explica a sales leader: «O nosso objectivo de crescimento para o próximo ano em Backup-as-a-Service, embora possa parecer muito ambicioso, é apoiado por estudos de analistas e pela realidade actual». Elisa Martínez sublinha que a empresa espera «crescer significativamente nesta área e em todas as regiões» onde opera, incluindo no «mercado português», embora sem divulgar os números concretos desse aumento. A empresa quer ainda «reforçar a sua presença e quota de mercado em Portugal e a responsável acredita que o Metallic é a solução que irá «dinamizar e reforçar esta estratégia».

Ano de crescimento
Eulalia Flo, directora-geral da Commvault para Portugal e Espanha (na foto), fez um balanço do que foi o ano para a empresa, ao nível de negócio: «Os primeiros meses de 2020 começaram com normalidade, mas em Março houve muitos projectos parados, o que levou a uma baixa na facturação, tal como aconteceu com muitas empresas. Depois do Verão, muitos dos projectos foram retomados. Fechámos o ano com um ligeiro crescimento e, por isso, o ano fiscal [que termina em Março] está a ser francamente bom».

A responsável salienta também que a pandemia trouxe «mais consciência dos riscos às empresas» e que a preocupação com a segurança saltou para «para primeiro plano» já que «o ransomware se multiplicou e o perímetro a proteger também se alterou com o teletrabalho e com a crescente uso da cloud». Tudo isto trouxe uma «reactivação dos projectos de protecção de dados» e, nesse sentido, «cada vez mais organizações estão a rever as suas práticas/políticas». O resultado está em deixarem de ver o backup como «parte do armazenamento» e passarem a vê-lo de outra forma, já que os dados «estão no centro dos processos de negócio e têm de estar protegidos».