A empresa especializada em cibersegurança organizou o Cloud Security Summit em Sintra e revelou a intenção de aumentar a estrutura nacional após os bons resultados obtidos no mercado português nos últimos doze meses.
Até 2017, a Palo Alto Networks “olhava” para o mercado português com uma visão ibérica. O ano passado, aquela que é uma das maiores empresas de cibersegurança do mundo, resolveu investir em Portugal, com a contratação de profissionais na área de pré-vendas, vendas e apoio.
Raphael Bousquet, vice-presidente para o sul da Europa da Palo Alto Networks, em conversa com a businesIT no Cloud Security Summit, mostrou-se particularmente surpreendido com a aceitação dos clientes à marca: «Estamos muito impressionados pela confiança que os clientes tão rapidamente colocaram em nós. Aliás, posso confirmar que em doze meses atingimos o que era suposto alcançarmos em dois anos».
Tanto assim é que, passado dezoito meses de estar directamente em Portugal, a empresa decidiu aumentar a equipa. «Queremos dar uma maior cobertura ao Norte do País, nomeadamente ao Porto, e ter mais disponibilidade para as grandes contas». Hoje, o cliente-tipo da Palo Alto em Portugal são grandes empresas como a Fidelidade, operadores como a PT, mas também negócios de média dimensão. «Historicamente, o que não cobrimos são as pequenas empresas», ressalva Raphael Bousquet.
Negócio continua a ser indirecto
A ajudar à operação em Portugal juntam-se os dois distribuidores europeus que, de resto, já asseguravam o negócio da empresa norte-americana no País: a Exclusive Networks e a Westcon. «Estas distribuidoras têm dez pessoas focadas apenas no negócio da Palo Alto». Aliás, o modelo de negócio desta empresa especializada em cibersegurança é feito, indirectamente, em todo o mundo, classicamente através de distribuidores e parceiros, estando a presença directa apenas “reservada” para os grandes negócios. «Em Portugal, lidamos directamente com a Fidelidade e a PT, por exemplo. Sou pessoalmente eu e a minha equipa que reunimos com eles».
Raphael Bousquet diz que Portugal, em termos de adopção de soluções de cibersegurança, tem o mesmo nível de maturidade dos restantes países europeus. «As necessidades são as mesmas e os projectos também. Talvez onde haja alguma diferença é na taxa de adopção de cloud pública. Os grandes fornecedores de nuvem pública como a Amazon ou Azure abriram datacenters em França, por exemplo, há dois anos, o que acelerou a sua adopção».
Quanto à Administração Pública, o responsável define como «um cliente muito interessante onde a Palo Alto está presente em quase todos os países», nomeadamente em Espanha ou França, onde, de resto, o Estado representa um terço do negócio da empresa.
Proteger estilo de vida na era digital
O Cloud Security Summit, organizado pela Palo Alto Networks, decorreu no Penha Longa Resort e reuniu players e especialistas do mercado de segurança, com a presença de responsáveis de empresas como a Proofpoint e a Nutanix. O evento permitiu a discussão e análise, com demonstrações técnicas, de como estes especialistas propõem simplificar e proteger o percurso das empresas referente à Transformação Digital à medida que as mesmas se preparam para a migração para a cloud.
Parte do compromisso da empresa norte-americana é «proteger o actual estilo de vida na Era Digital», disse Raphael Bousquet na sua apresentação, tendo o evento como objectivo dotar as empresas do conhecimento necessário para acelerar a inovação através da utilização de novos serviços on premise, na cloud privada, cloud pública e SaaS, para disporem de maior segurança estejam onde estiverem.
Paulo Vieira, director de vendas em Portugal, classificou 2018 como «um ano muito importante», não só ao nível de vendas, mas pelo facto de a empresa ter sido classificada como «líder mundial em termos de quota de mercado, passando de 15% para 18%».Em dez anos, Paulo Vieira disse que a Palo Alto começou por ser irrelevante, passou a relevante e, agora, é líder de mercado.
Em Portugal, em 2018, a empresa fez negócio com 33 parceiros e formou 92 pessoas. «O que é notório já que os cursos são intensivos, difíceis e implicam uma grande dedicação e empenho». Paulo Vieira revelou que, em doze meses, a Palo Alto alcançou 143 novos clientes e ultrapassou os 2,65 milhões de euros em vendas. «Conseguimos criar alicerces e trabalhar de uma forma sustentada para continuarmos a ter um movimento ascendente neste mercado tão difícil e populado como o da segurança».
Elizabeth Alves, sales manager da Exclusive Networks, acredita que o crescimento tecnológico a que temos assistido nos últimos anos é benéfico aos mais variados níveis e faz parte da evolução das sociedades. Contudo, sublinha a responsável, «a necessidade de novas e eficientes medidas de segurança cibernética é urgente», medidas essas que «permitirão a empresas, a particulares e até às sociedades manterem-se imunes às ameaças». Elizabeth Alves refere que a colaboração com parceiros importantes nesta área, ajuda o distribuidor a trabalhar para mais de mil clientes em todo o mundo: «Com algumas das mais inovadoras soluções vamos ajudar todos os nossos clientes no processo de transformação digital e nos seus processos de migração para a cloud».