Empreendedorismo

GOVWISE quer democratizar o acesso à contratação pública

A startup portuguesa quer ajudar as empresas, especialmente as PME, a terem acesso a oportunidades de negócio no sector público e para tal, criou uma plataforma que usa análise de dados e machine learning para prever as compras feitas pelo Estado.

A GOVWISE é uma startup criada em Outubro de 2017 que desenvolveu uma ferramenta empresarial de previsão das aquisições do sector público e que quer «democratizar o acesso das PME à contratação pública no mundo», como explicou à businessIT Francisco Vaz Figueiredo, um dos fundadores.

O responsável revelou que a ideia da criação da solução está ligada ao seu percurso profissional e do outro co-fundador, Pedro Marques, que fizeram carreira «no comércio electrónico» e na «venda de software» ao Estado e que conhecendo o mercado decidiram «abrir os 90% das compras públicas que são restritas». Segundo o mesmo, «quase um milhão das entidades libertam apenas a informação do que querem comprar a umas poucas empresas». Assim, a GOVWISE «quer resolver o problema de milhares de mil milhões de euros de contratos» que não estão acessíveis à maioria das companhias, acrescentou o empreendedor.

A GOVWISE fornece detalhes da posição competitiva das empresas face aos seus concorrentes e potenciais clientes no sector público.

A plataforma funciona com base «na recolha de Open Data» disponibilizada pelo sector estatal e «algoritmos de machine learning» para fazer as previsões, referiu Francisco Vaz Figueiredo.

Sobre o facto de a startup ter uma plataforma diferenciadora do que existe no mercado, o responsável não tem dúvidas: «Do que conhecemos, mundialmente, nenhuma empresa está a prever o que as entidades públicas vão comprar, colocando essa informação disponível para as PME saberem onde podem vender mais e aumentar o seu volume de negócios».

Internacionalização é objectivo

A GOVWISE disponibiliza o serviço a qualquer organização que queira vender às entidades do Governo português, sendo que «o objectivo de crescimento passa por se tornar global» indicou o co-fundador.

No entanto, «numa primeira fase» a perspectiva é operar a nível europeu. Para tal, o executivo diz que a startup já tem uma estratégia: «Na medida em que já que temos o apoio da Comissão Europeia e de várias organizações, cuja missão é tornar o Governo mais aberto para cidadãos e empresas a nível global, queremos obter financiamento para entrarmos noutros mercados maiores e provar que podemos incutir disrupção global num mercado com tão pouca disrupção».