Além Fronteiras

Hisense quer ganhar visibilidade no mercado nacional

O nome, em Portugal, ainda não impressiona. A Hisense não é muito conhecida no País, apesar de, em termos globais, ser o quarto maior vendedor de televisões. Este ano, quer subir ao terceiro posto, um “campeonato” onde participa a Sony, a Panasonic e a Philips. 

A Hisense quer ter mais visibilidade. Em Portugal, a marca ainda é pouco conhecida, de resto como em Espanha, tendo vindo nos últimos tempos a apostar em campanhas e acções que a aproximem do consumidor final. «Somos a maior empresa de tecnologia de que nunca ninguém ouviu falar», disse Michael Luo, responsável pela Hisense Ibéria, durante uma conferência de imprensa, em Madrid. 

A empresa chinesa, quarta maior vendedora de televisões do mundo, tem como objectivo alcançar, ainda este ano, a terceira posição nas vendas destes equipamentos. Para isso, a  marca conta com um extenso catálogo que foi apresentado em Madrid, pelas mãos do português Luís Figo, embaixador da Hisense. Uma acção de marketing que parece ter sido uma aposta ganha, num ano de Campeonato do Mundo da FIFA (que tem a Rússia como país anfitrião), do qual a Hisense é patrocinador oficial. 

Para se diferenciar, a empresa chinesa está a colocar bastante foco na Laser TV, uma tecnologia que está a amadurecer e na qual a Hisense possui 366 patentes. A evolução da sua TV a laser de cem polegadas traz um melhor tratamento de cor, agora apresentado como «muito mais natural». A grande vantagem desta tecnologia, que melhora a projeção convencional e gera um ecrã de cem polegadas a uma curta distância da parede, é o preço, o peso e o manuseamento. Convém mencionar que, mesmo assim, a televisão custa quinze mil euros, com transporte e montagem incluídos. Mas é bastante mais barata que os equipamentos da concorrência com os mesmos centímetros e características semelhantes, como 4K, HDR e três mil lumen. O catálogo contempla ainda TV ULED, 4K e LED de 32 polegadas. 

Muitos mais que TV 

A Hisense, como outros fabricantes, quer aproveitar a força do futebol para vender mais. Se, no primeiro trimestre do ano, o crescimento da facturação nos televisores foi de 2,4%, a marca espera que, no segundo trimestre, devido ao efeito ‘Campeonato do Mundo’, o valor alcance os dois dígitos. Mas há outras facetas do fabricante: máquinas de lavar, frigoríficos, congeladores, ar condicionado e, mais recentemente, smartphones são algumas das áreas onde igualmente a marca chinesa quer ganhar quota de mercado. 

Para 2018, esta empresa, que entrou no mercado nacional há dois anos, já tornou público que, para a Ibéria, o objectivo é aumentar a quota de mercado em 50% respectivamente a 2017.  

A empresa está a investir em sectores vão para além das tecnologias de consumo, como as smart cities, nomeadamente os sistemas de transporte inteligente. Hoje serão mais de cem as cidades na China que já utilizam o sistema de transporte inteligente da marca, tais como Beijing e Chengdun e que, segundo Michael Luo, reduziram em 30% o tráfego em hora de ponta. A empresa está ainda a apostar em tecnologias para as denominadas smart homes, segurança inteligente, Big Data, sistemas de manutenção de água e electricidade, pagamentos automáticos. A IoT é também um alvo preferencial, nomeadamente centros de controlo de alarmes inteligentes e parqueamento, negócios onde a marca chinesa promete fazer investimentos.

Durante o evento, a empresa revelou um crescimento substancial no primeiro trimestre de 2018, referente à facuração, participação de mercado, distribuição e o preço médio dos produtos.

Hisense concluiu compra da Toshiba TV

No evento em Madrid falou-se, também, da conclusão do processo de aquisição do negócio da Toshiba TV. A empresa tinha avançado, em Novembro último, a intenção de adquirir 95% das cotas de acções da Toshiba Visual Solutions Corporation (TVS), uma subsidiária integral da Toshiba Corporation por 12,9 mil milhões de ienes (cerca de 99 milhões de euros) com a Toshiba retendo 5% da participação accionária.

Agora finalizado o acordo, a Hisense vai obter os negócios da TVS, incluindo as funções de produção, pesquisa e desenvolvimento e vendas, bem como a licença para usar a marca da Toshiba por um período de quarenta anos para parceiros de soluções visuais que operam na Europa, Sudeste da Ásia e em outros mercados.

A TVS opera primariamente com TV e com uma variedade de produtos de apoio, incluindo produtos de exibição de anúncios e comerciais. A compra da TVS também assegura duas fábricas no Japão e centenas de funcionários de P&D da Toshiba, bem como um portfólio de IP significativo relacionado a patentes de negócios de tecnologia de TV para qualidade de imagem e acústica.

De acordo com a IHS, as vendas da Toshiba TV obtiveram o terceiro lugar no mercado japonês em 2016, com a fatia de mercado de TV da Hisense no Japão estando entre as mais elevadas entre todas as marcas não japonesas. Colectivamente, a fatia de mercado cumulativa de ambas as marcas atinge mais de 20% após a transacção.