A importância da Universidade do Minho
Os engenheiros da fábrica trabalham também na investigação e desenvolvimento de soluções de multimédia automóvel e de sensores para duas e quatro rodas, contribuindo de forma activa para soluções de condução autónoma. Uma das novidades apresentadas aos jornalistas foi o facto de a Bosch estar a começar a trabalhar com OLED para fazer painéis de instrumentos curvos, «o que até ao momento não existia no mercado», segundo os responsáveis da marca.
Em Braga, estão mais de trezentas pessoas ligadas à área de I&D e existem diversas parcerias com a Universidade do Minho para trazer mais inovação aos produtos. O executivo da Bosch diz mesmo que a esta instituição «é uma extensão da fábrica».
Aveiro é Centro de Competências
Na Bosch de Aveiro está a equipa responsável pela gestão da unidade de negócio mundial de aquecimento de água residencial e é aqui que são desenvolvidas soluções tecnológicas na área da termotecnologia focadas na conectividade, eficiência energética e em casas inteligentes e sustentáveis. Entre as inovações criadas no Centro de Competências estão o esquentador conectado Geos e vários tipos de software para plataformas Web e mobile de várias áreas de negócio da Bosch.
Na visita a esta unidade, assim como em Braga, foi possível observar como todas as linhas de montagem estão ligadas. Os dados recolhidos são, depois, analisados para dar «importantes insights» que ajudam a «melhorar a eficiência e ajudar os gestores na tomada de decisão». Em Aveiro, a empresa usa ainda cinco robôs autónomos que transportam produtos terminados para o armazém e trazem componentes para as linhas de montagem. «A Indústria 4.0 é já uma realidade nas nossas fábricas», referiu Carlos Ribas, que apontou ainda como os dados são vitais para avaliar a qualidade de tudo o que é produzido pela Bosch.
Recrutamento é um dos principais desafios para 2018
No ano passado, o grupo Bosch em Portugal criou mais 450 postos de trabalho, totalizando 4450 colaboradores; até ao final do ano, a empresa quer contratar mais trezentas pessoas. Carlos Ribas alertou que o desafio é o «recrutamento e a manutenção de colaboradores», especialmente de engenheiros, em Braga e nas outras fábricas da empresa. «Vamos crescer tanto quanto o mercado nos permitir crescer. Temos mercado para centenas de engenheiros, o mercado é que não tem tantos engenheiros para nos dar», explicou Carlos Ribas durante a conferência de imprensa de apresentação de resultados.
O executivo referiu que a Bosch está a tomar medidas para recrutar profissionais portugueses que tenham emigrado e de outras nacionalidades. Uma aposta forte tem sido na Venezuela dado que o país tem um grande número de engenheiros portugueses e luso-descendentes com as qualificações que a empresa procura. A Bosch já conseguiu recrutar duas pessoas; contudo, Carlos Ribas disse que está optimista em relação à contratação de «muitos mais profissionais qualificados» neste país da sul-americano.