O que marcou 2017 e o que esperam de 2018 as empresas que actuam no mercado nacional das TIC? Falámos com organizações de todas as áreas das tecnologias e uma coisa parece certa: o optimismo voltou a reinar.
Chegados a esta época do ano, é altura de balanços e projecções. As consultoras já foram fazendo o seu trabalho, profetizando quais as áreas que deverão ser mais interessantes – este é um trabalho que a businessIT também desenvolve neste artigo.
Mas o que dizem as empresas? Falámos com várias para saber que expectativas têm para 2018 dentro das suas áreas e como classificam o ano que agora termina. Uma coisa é certa, o optimismo parece ter voltado a ser dono e senhor das projecções.
Parceria de sucesso entre a IBM e a SIBS
Vivemos um momento tecnológico único com o advento da nova Era Cognitiva associada às novas tecnologias emergentes como a Inteligência Artificial (IA), Internet of Things (IoT), Blockchain e Quantum Computing. Foi por isto que o ano de 2017 assentou que nem uma luva à IBM: mil milhões de pessoas em todo o mundo interagem com aplicações e serviços cognitivos deste gigante norte-americano, nas mais diversas áreas como a saúde, banca, moda, meteorologia ou advocacia.
«Isto é, sem dúvida, um grande marco e reforça e comprova o compromisso da IBM em ser essencial para os seus clientes, demonstrando a confiança que eles depositam na companhia ao reconhecerem as nossas propostas de valor, os nossos conteúdos, a qualidade do nosso serviço, as nossas competências, e a nossa experiência de há 106 anos no mundo e de há 79 anos em Portugal», disse à businessIT Ricardo Martinho, Enterprise Sales Executive da IBM Portugal.
Foi também este valor acrescentado que o executivo garante ter levado a SIBS, já este ano, a reforçar a aliança que tem vindo a cimentar com a IBM, com a criação conjunta de uma «solução cognitiva de detecção de fraude em tempo real», que a empresa diz ser «pioneira no mercado português e inovadora no mundo». Este recurso «agrega o know-how e procedimentos de segurança e anti-fraude da SIBS» com a tecnologia cognitiva de «última geração da IBM na área de Watson for Financial Services».
Em termos de disponibilidade, a SIBS aponta para o «quarto trimestre de 2018», num modelo as-a-service. A “big blue” quer continuar este trabalho e a confirmar que a aposta nas novas tecnologias IA, IoT, Blockchain e Quantum Computing foi ganha. «Queremos ainda solidificar a nossa presença em sectores importantes e onde já temos uma forte presença, como a banca, retalho, seguros ou Administração Pública, e continuar a investir e a crescer nas nossas unidades de nearshore», disseram à businessIT os responsáveis da IBM.
Sucesso na primeira pessoa
Para a Fujitsu, o elemento mais marcante de 2017 foi o abraçar e assumir na primeira pessoa, do top management, dos desafios e das responsabilidades que a transformação digital representa para o negócio da empresa. Para 2018, a Fujitsu espera continuar a concretizar esses benefícios junto dos clientes, motivando uma abertura ao nível de mudanças culturais, tecnológicas e sociais.
«Acreditamos numa maior maturidade das potencialidades da transformação digital ao nível, por exemplo, da inteligência artificial, machine learning e robótica», contou Susana Soares, directora de Marketing da Fujitsu, que garante ainda que a própria IoT «continuará a sua transição de uma prova de valor para um serviço empresarial». De acordo com a mesma responsável, a IoT poderá ser «várias vezes maior em volume do que os servidores, workstations ou componentes de fábrica actuais».
A incontornável cloud
Edgar Ivo, account manager da Red Hat em Portugal, admite que este ano fica marcado por um crescimento significativo de projectos cloud, seja de suporte a clouds privadas, mas também pelo crescimento de adopção das clouds públicas. Tecnologias como Openstack, Ansible, Cloud Management Platforms (CMP) e Software Defined Storage (SDS) estiveram na origem de alguns dos projectos mais relevantes da Red Hat em Portugal.
O ano que agora aí vem, diz Edgar Ivo, antevê-se de «consolidação das estratégias de adopção de tecnologias cloud por parte das empresas portuguesas». Pelo menos para a Red Hat, já que o account manager sublinha que esta estratégia «tem evoluído no sentido de uma utilização mais eficiente das clouds públicas, para workloads mais dinâmicos».
Isto acontece, continua o responsável, em «paralelo com a adopção de clouds privadas, para workloads mais tradicionais, recorrendo a tecnologias mais ágeis e com maior automatização tornando os atuais datacenters muito mais eficientes».
Os serviços cloud são, de resto, assunto incontornável neste ano de 2017. Aliás, Gonçalo Borrêga, head of product management da OutSystems, diz mesmo ser sido «impressionante» assistir à proliferação e adopção de serviços cloud, de uma forma muito mais madura: «Era já uma tendência crescente, mas em 2017 o conjunto de empresas que até agora estava algo céptica, olha para a cloud não como uma forma de poupar alguns custos, mas como um potenciador de agilidade, com mais qualidade e versatilidade do que aquela que conseguiriam alguma vez atingir com os seus próprios recursos».