No webinar 5G num mundo em mudança, a Ericsson fez um resumo de como está a ser a evolução da nova rede móvel. Nuno Roso, head of digital services da Ericsson Portugal explicou que até agora existiram treze milhões de subscritores 5G mas que a tecnologia «ainda não é standalone» e está «alavancada no 4G». Até ao final do ano as expectativas são de que chegue aos cem milhões de subscritores devido a uma «redução do valor dos equipamentos», que agora se situa em mil dólares e deverá baixar para cerca de trezentos dólares.
O responsável revelou que acredita que a «cobertura vai ser alargada fora das cidades» à medida que a rede for evoluindo, que os serviços a usar o 5G serão «mais abrangentes», que a rede vai «originar novos modelos de negócio» e que a tecnologia passará a ser «standalone», ou seja, sem depender de outras redes móveis.
Já Luís Muchacho, networks pre-sales director da Ericsson Portugal, destacou a segurança dizendo que a empresa sempre foi segura e que «nunca foi vista considerada um fornecedor de risco». O responsável referiu ainda a análise feita na União Europeia à tecnologia e a toolbox criada com medidas para mitigar os riscos de segurança.
5G e a pandemia
Sobre a nova rede móvel no contexto da pandemia, Nuno Roso, salientou que os processos estão atrasados em muitos países europeus, como em Portugal, mas que «a disponibilização de redes de alta disponibilidade é muito importante para este período de crise e para a nova realidade», sobretudo no que diz respeito ao teletrabalho e à telemedicina.
O responsável pela área de serviços digitais esclareceu que na Coreia do Sul, um dos países do mundo mais desenvolvido ao nível do 5G, este «foi fundamental no combate à COVID-19» e que a China e os EUA estão a apostar na nova rede «como prioridade estratégica». Assim, «a Europa e Portugal não devem ficar para trás e «é importante retomar o mais rápido possível os processos». Nuno Roso adiantou que viu do Governo «sinais encorajadores para o retomar do processo».
Luís Muchacho esclareceu que a Ericsson gostaria «de ter o 5G em Portugal em 2020», já que a tecnologia «vai trazer valor» e que a empresa «está completamente pronta para lançar» a rede móvel no País. O responsável sublinhou que os custos podem ser um travão mas que é possível fazer a implementação «com investimentos controlados».
O responsável de redes disse ainda que «o espectro deve ser valorizado» mas alertou que «por outro lado, há um potencial catalisador e mobilizador da economia portuguesa que deve fazer os responsáveis pelo processo a não colocarem um custo excessivo para não limitar o 5G a apenas algumas zonas restritas».