As empresas estão a preparar o seu regresso a um ‘novo normal’ no escritório, à medida que o desconfinamento avança e mais actividades vão retomando o negócio. No webcast ‘Covid-19: Desafios e Oportunidades – O Futuro das Empresas’, organizado pela Worx, Alexandre Fonseca, presidente-executivo da Altice Portugal, destacou o facto de as comunicações terem demonstrado ser ferramentas decisivas para garantir a continuidade da actividade económica.
O gestor garante que as redes de comunicações «estiveram à altura deste confinamento para que as pessoas conseguissem estar em casa a trabalhar, a estudar e a consumir conteúdos». Para isso, contribuíram os 7500 colaboradores directos e treze mil indirectos da Altice. «No nosso caso não houve quebra de serviço».
Alexandre Fonseca falou na introdução de novas ferramentas e no estabelecimento de uma nova confiança no teletrabalho. Na Altice, o regresso ao escritório será feito ainda durante o mês de Maio, mas de forma limitada e «num processo gradual a partir de Junho, privilegiando funções que beneficiam de trabalho no escritório».
Alterações nos escritórios para distanciar as pessoas e estender horários de trabalho, novas condições de higiene e o cumprimento do novo distanciamento social são algumas das mudanças dos nossos hábitos para o futuro «onde o teletrabalho será parte integrante».
Exemplo disto foram as decisões da Tranquilidade e da Generali Seguros. As duas empresas colocaram 95% dos colaboradores em teletrabalho mesmo antes de decretado o Estado de Emergência. Pedro Carvalho, CEO, admite que a empresa não estava totalmente preparada, pelo que houve necessidade de fazer vários investimentos em tempo recorde.
O processo de desconfinamento vai implicar o regresso de 15% a 20% dos trabalhadores ao escritório a partir do dia 1 de Junho, com cada equipa a avaliar que áreas e que pessoas vão voltar. «Vamos ter todas as medidas de protecção individual, mas muito mais do que isso, é do nosso interesse não criar uma situação de contágio. Temos de segmentar os espaços o máximo possível para que haja confinamentos selectivos».
Manter o trabalho
António Correia, territory senior partner da PwC, lembrou que as auditorias não pararam neste período, com a empresa a dotar as pessoas das tecnologias adequadas. «Mantivemos igualmente o diálogo com os nossos clientes, porque é importante continuar a produzir nestas fases».
Parte do desafio da empresa vai passar agora por «continuar no teletrabalho, mantendo o pipeline de propostas activo», apesar de António Correia admitir que «os próximos meses serão de algum desânimo».
A Unilever manteve as suas fábricas em funcionamento e o fornecimento da cadeia de distribuição, com todos os colaboradores de escritório a ficarem em teletrabalho. António Casanova, CEO da empresa, disse que esta situação precipitou algumas decisões, como a de as pessoas já não terem lugares fixos. «Não esperamos ter mais de 80% das pessoas no escritório a cada momento», concluiu o responsável da Unilever.