Reportagem

Jp.di quer ser «dinamizadora de negócios»

A empresa de distribuição organizou o jp.di summit, o seu evento anual, em que reuniu mais de cinquenta marcas e mil profissionais de TI na LX Factory, em Lisboa, para mostrar como está a contribuir para ajudar a criar valor e negócio em Portugal. 

O jp.di summit, que junta uma conferência com uma exposição com marcas de tecnologia, hardware e serviços, teve como tema este ano ‘It’s all about People’. Não foi por isso de estranhar que Ricardo Ferreira, director-geral da jp.di, tenha dito que «as pessoas são o elemento fundamental na tecnologia, na implementação de projectos e processos e na realização de negócios» quando subiu ao palco.

O responsável destacou a importância de ter uma «cultura organizacional e da necessidade de incluir e envolver os colaboradores nas mudanças que existem nas organizações» fruto da transformação digital e deixou três princípios que regem a empresa e que considera devem ser adoptados por todas as organizações no que diz respeito aos colaboradores para valorizá-los: confiança, cooperação e empatia.

O director-geral da jp.di falou ainda dos trinta anos da unidade de negócio de distribuição da JP Sá Couto e fez uma homenagem aos fundadores Jorge e João Paulo Sá Couto. Com 105 colaboradores e uma facturação acima de 148 milhões de euros no ano passado, a jp.di «tem tido uma «evolução sustentável com grande crescimento nos últimos anos» e Ricardo Ferreira explicou porquê: «O nosso sucesso só é possível por causa dos parceiros, o nosso crescimento reflecte o crescimento dos parceiros e dos fabricantes que estão connosco».

A jp.di faz crescer
Ricardo Ferreira fez um exercício em recolheu informação financeira das 228 empresas que se inscreveram para participar no evento e concluiu que estes clientes, em 2018, tiveram um crescimento do seu negócio de 15% e, no conjunto, facturaram 536 milhões de euros. Além disso, os resultados líquidos dessas organizações subiram 47% e as mesmas aumentaram em 6% no número de colaboradores. Quantos às vendas, as empresas analisadas compraram à jp.di, no ano passado, produtos e serviços no valor de 31,7 milhões de euros, um aumento de 52% em relação ao ano anterior.

Assim, a conclusão de Ricardo Ferreira é que comprar à jp.di faz «crescer negócio, o lucro e aumenta a empregabilidade» no País. «Continuem à comprar à jp.di porque tem efeitos muito positivos para a economia portuguesa», brincou. O director-geral destacou ainda outra mensagem da sua análise financeira: «Já representamos uma parte importante da actividade empresarial nacional. Estamos cá para gerar valor e isso traduz-se nos lucros obtidos, nos nossos e dos nossos parceiros».

Proximidade é essencial
«Disponibilizar soluções de forma ágil e simples que excedam as expectativas dos parceiros através de um nível de serviço de excelência e de uma relação que se distingue pela proximidade» foi apontado pelo director-geral como a missão da empresa e forma como se distingue da concorrência. «Os nossos parceiros e clientes têm de sentir que é fácil trabalhar connosco». As relações foram também evidenciadas pelo responsável que explicou que é isso que «distingue as pessoas dos robôs». Ética, humildade e compromisso foram outros dos valores apontados por Ricardo Ferreira para que a empresa se distinga no mercado.

E tal como no evento do ano passado, em que a businessIT também esteve presente, a visão da empresa para o futuro é clara: «Ser o distribuidor preferencial». Mas não fica por aqui e a jp.di quer também ser «dinamizador de negócios e criador de valor para os parceiros».

Não devemos ter medo da IA
O painel do jp.di summit discutiu a importância da tecnologia e da inteligência artificial (IA) para as pessoas. Alexandre Silveira, marketing manager da HP Portugal, fez uma analogia entre a IA e o motor diesel de um automóvel, «que no século XIX também suscitou receios e que se transformou afinal em algo que criou riqueza» dizendo que o mesmo se passa actualmente.

Pedro Miguel Fernandes, division manager de mobile channel da Samsung Portugal

concordou com o que foi dito pelo seu companheiro de painel. «Isto vai mudar e a minha preocupação é se as pessoas estão ou não preparadas, já que vai impactar em diferentes aspectos da nossa vida. Acredito que devemos trabalhar muito mais nas oportunidades que a inteligência artificial vai trazer do que estar preocupados e retraídos e não querer aceitar essas mudanças. Em 2035, 23% da população activa em Portugal ia ser substituída por robôs e isso vai acontecer mas é preciso estar preparado», disse.

IA é benéfica
Abel Aguiar, director executivo para parceiros e pequenas e médias empresas da Microsoft Portugal, alertou para diferenças de abordagem: «A forma como olhamos para a tecnologia é diferente da forma como os jovens olham. Nós (gerações mais velhas) temos uma tendência normal de subestimar os efeitos da tecnologia a curto prazo e sobrestimar a longo prazo. Por isso não olhamos para os benefícios que a IA pode trazer em breve às nossas vidas». Ricardo Maté, country manager Iberia da Sophos, foi da mesma opinião e salientou a importância da IA na cibersegurança para tornar as empresas e as pessoas protegidas contra ciberataques. Optimista foi também Miguel Coelho, enterprise and public sector manager de Espanha e Portugal da Lenovo, que referiu que «hoje se vive melhor graças à tecnologia mas que a parte humana é e será sempre fundamental» e explicou que a marca que representa tem «dispositivos são cada vez mais smart para ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas».

Ética é uma preocupação
«Cabe à sociedade estabelecer limites e por travões onde existem potenciais desequilíbrios entre o que e ético e o tecnologia pode fazer e perceber o que é eticamente aceitável e não» disse Alexandre Silveira, que acrescentou que se «está longe ter uma IA a funcionar com consciência». Para o responsável da HP, as máquinas «vão substituir as pessoas em muito do que é feito, mas não vão tomar conta do mundo. A transformação digital que já estamos a assistir é mais profunda e mexe mais com negócios e as profissões do que a inteligência artificial».

Para a Microsoft, o tema é ético e Abel Aguiar disse que acredita que «não há capacidade da regulação acompanhar o desenvolvimento tecnológico». Assim, a perspectiva da empresa que é partilhada com outras organizações é de que «são as tecnológicas que tem de fazer os limites ou a regulação não vai ter velocidade suficiente para o fazer» e é isso que a Microsoft já faz.