A jp.di reuniu em Ílhavo a sua comunidade de parceiros e clientes para debater as oportunidades da transformação digital.
A Casa da Cultura de Ílhavo serviu de palco para o jp.di Summit 2017, o evento anual da área de negócio de distribuição informática do jp.group. O encontro pretendeu ir para além da apresentação das novidades da empresa, quis igualmente servir de espaço privilegiado de networking e partilha de experiências, um ambiente no qual participaram mais de 600 participantes e 60 parceiros de negócio.
Ricardo Ferreira, director-geral da jp.di aproveitou ainda a conferência para fazer passar a mensagem de que a empresa nortenha quer, sobretudo, ser conhecida como um parceiro que procura diariamente as melhores soluções em prol do sucesso dos clientes. «Queremos ser uma equipa de especialistas com a capacidade de apresentar as soluções aos desafios que diariamente os nossos clientes enfrentam. Queremos aproximar a tecnologia às suas necessidades, de resto o nosso papel enquanto distribuidor».
Expectativas económicas superadas
Em termos financeiros, Ricardo Ferreira garante que as expectativas económicas para 2017 estão a ser superadas. No mercado nacional, o principal foco da jp.di, a empresa está a crescer cerca de 30% quando as previsões iniciais apontavam para um crescimento de 20%. «Estamos a crescer acima das expectativas», contou à BusinessIT Ricardo Ferreira.
Segundo o executivo, este crescimento deveu-se, sobretudo, ao facto de «estarmos a conseguir passar esta mensagem», para além do aumento do portfólio. «Estamos a fazer investimentos na experiência do cliente e no processo de transformação digital das empresas. O site da jp.di está cada vez mais funcional, o que é muito importante porque queremos ter o melhor espaço de comércio electrónico na área da distribuição informática». O grande objectivo desta plataforma é «facilitar o dia-a-dia dos nossos clientes. O seu quotidiano já é suficientemente complicado pelo que almejamos ser um facilitador».
Hoje, no canal, a empresa tem mensalmente cerca de 1800 clientes a comprar, um crescimento face ao ano passado. Em 2016, a jp.di tinha registado um decréscimo nesta área, estando 2017 a inverter essa tendência. «Queremos chegar rapidamente aos dois mil clientes mensais e espalhar as nossas soluções por todo o país».
Para cada pessoa, a tecnologia certa
Na sua apresentação, basicamente Ricardo Ferreira falou sobre as necessidades dos novos talentos que inundam as empresas, aconselhando por isso os parceiros a melhor conhecerem o cliente. «Para cada pessoa há a tecnologia certa. O equipamento certo, para a pessoa certa. Hoje, os directores de TI têm que motivar a geração millennials e ao dar-lhes a ferramenta mais indicada, não duvidem que é uma forma de os reter».
Ricardo Ferreira falou ainda na oportunidade que a «força disruptiva da segurança apresenta». Os últimos ataques, nomeadamente o tão afamado Wannacry, veio “inflamar” ainda mais este tema. «Vai haver muito investimento neste sector. As empresas têm uma absolta necessidade de se equiparem com os correctos mecanismos de protecção».
O director-geral e promotor do evento alertou ainda os parceiros para a necessidade de estarem atentos às novas tendências e start-ups que todos os dias são criadas. «Diariamente surgem empreendedores com novas ideias. E é a eles que temos de estar atentos. Porque são eles os elementos disruptivos que vão trazer a inovação».
A força disruptiva
Outro aspecto enfatizado no discurso de Ricardo Ferreira foi a capacidade de aprendizagem organizacional que hoje as empresas têm, obrigatoriamente, de ter. Senão, garante, não sobrevivem. «Assim como é preciso abraçar a transformação digital. Se não sabemos o que se passa com o nosso cliente, o que lhe vamos oferecer? Temos de perceber onde temos e podemos acrescentar valor ao cliente. Para que ele nos escolha como fornecedor e não o nosso vizinho, o nosso concorrente». Em suma, diz Ricardo Ferreira, «temos de ser a força disruptiva dos clientes. Porque se não formos nós, amanhã alguém o vai fazer».
A evolução do posto de trabalho
Entre os convidados no evento esteve Miguel Coelho, gestor do negócio empresarial da Lenovo, que falou sobre a natural evolução do posto de trabalho, agora que a geração millennials começa a mudar o panorama empresarial. Ou seja, uma geração que no seu crescimento já teve acesso a algumas ferramentas tecnologias. Uma geração na qual um em cada três indivíduos valoriza o facto da empresa os deixar escolher os dispositivos com os quais vão trabalhar, nomeadamente equipamentos que lhes permitam mobilidade. «Preferem sentir-se móveis em detrimento de uma função mais bem paga, mas que os obrigue a estar todos os dias sentados em uma secretária».
Mas a mobilidade tem ainda outros impactos salientados por Miguel Coelho, nomeadamente o facto do espaço da própria empresa ter vindo a reduzir. «Desde 2010 que as empresas reduziram o seu espaço em metros quadrados em quase 30%. Um valor a ter em conta». Mas mais. O tema conectividade é hoje fundamental, mas faz-nos perder muito tempo, diz Miguel Coelho. «Se estivermos em uma reunião, queremos partilhar com o cliente algo mas há sempre confusão. A ligação ou é HDMI, ou VGA, depois não há o adaptador… Presenciamos isso muitas vezes e perdemos tempo». Assim, no futuro, Miguel Coelho vê, ao invés de grandes espaços de reunião, salas de mais pequenas e com mais possibilidades de colaboração.
Na sua apresentação, o gestor falou ainda no desafio que o decisor das TI enfrenta. «Vamos passar de um conceito de TI tradicionais, como conhecíamos até há dois/três anos, para as TI ágeis. Ou seja, um decisor de Tecnologias de Informação que vê todos os dias tem de lidar diferentes formas de gerir o seu parque informático ou as suas tecnologias».
Cloud, mobilidade, CYOD, PC-as-a-service são chavões que, para além de estarem na moda, estão já a ser implementados, diz Miguel Coelho. «Isto para além de que 75% das equipas do futuro irem ter equipas virtuais. Tudo isto são desafios. As equipas vão estar deslocalizadas e vamos de ter melhor formas de colaborar».
A experiência do cliente
Indo ao encontro do “discurso” de Ricardo Ferreira, o gestor do negócio empresarial da Lenovo também enfatizou a necessidade melhor avaliar as necessidades do cliente. Aliás, dados da Gartner avançam que, em 2020, a experiência do cliente vai ser mais importante do que o próprio preço ou produto. «Por outro lado, a probabilidade de um cliente partilhar uma insatisfação com outros é cada vez maior. Basta vermos o que acontece com as redes sociais. E os clientes vão claramente estar dispostos a pagar mais para terem uma melhor experiência». Ou seja, resume Miguel Coelho, conhecer o cliente é absolutamente fundamental. «Temos de deixar de estar focados em nós próprios, na nossa marca, para estarmos mais focados nas necessidades do cliente».