A Axis Communications lançou o relatório ‘The State of AI in Video Surveillance’, que fornece uma perspectiva do sector sobre as principais oportunidades e desafios da IA na videovigilância. Feito com base em inquéritos realizados em mais de 68 países e entrevistas com especialistas, o estudo revela que a cibersegurança, o risco e a privacidade surgem como a principal prioridade com impacto para os clientes finais, com 61% dos inquiridos a classificarem-na como uma área crítica. O analytics e os insights accionáveis são identificados por 36% como importantes. A verdade é que, segundo o relatório da empresa especializada em sistemas de vídeo em rede, cada vez mais organizações, nomeadamente do retalho, logística, indústria e saúde, utilizam sistemas de videovigilância para recolher dados estratégicos, optimizar recursos ou analisar o comportamento dos utilizadores em tempo real.
Por outro lado, a IA e a IA generativa são referidas por 66% dos executivos seniores e 62% dos parceiros da indústria como a tecnologia mais disruptiva. Para os inquiridos, esta tendência continuará a ser decisiva no futuro, quer «pela capacidade de automatizar tarefas ou melhorar a eficiência dos processos, quer pelo potencial transformador em termos de análise preditiva e gestão inteligente de sistemas de vídeo».
Optimização de processos
Para Ricardo Pereira, Portugal sales manager da Axis Communications, uma das conclusões mais interessantes é que «49% das organizações do sector da produção industrial na EMEA consideram muito importante ou extremamente importante optimizar a fase de execução da produção». No entanto, apesar disso, muitas empresas «ainda não encontraram formas eficazes de optimizar este processo. Isto sugere que existe um grande potencial para a implementação de soluções de computer vision e machine learning, para melhorar a eficiência e a produtividade na indústria transformadora». O responsável destaca ainda a «importância da instrumentação dos equipamentos de produção e da digitalização dos dados para poder tirar o máximo partido das soluções de computer vision e IA», o que «sublinha a necessidade de as organizações investirem na modernização dos seus processos e tecnologias para se manterem competitivas num ambiente cada vez mais exigente».
Reconhecimento facial: sim ou não
O relatório aborda também o reconhecimento facial e o aumento da sua utilização, em especial na Ásia, onde é amplamente aplicado em cidades inteligentes, espaços comerciais ou infraestruturas de transporte. Já na Europa, e em particular em Portugal, a implementação é muito mais lenta em função da legislação, sendo que o regulamento europeu sobre inteligência artificial limita a aplicação desta tecnologia a casos muito excepcionais. Ricardo Pereira esclarece o posicionamento da Axis nesta matéria: «Consideramos que a tecnologia de reconhecimento facial pode ser uma ferramenta valiosa para melhorar a segurança e a eficiência em diversas aplicações, desde que seja utilizada de forma responsável e ética».
O responsável avança que a empresa «está empenhada em cumprir com essas regulamentações, garantindo a privacidade e a segurança dos indivíduos». No entanto, também considera que a «proibição total da utilização da tecnologia de reconhecimento facial poderia ser contraproducente, pois poderia limitar a capacidade das organizações para proteger pessoas e ativos, bem como para melhorar a eficiência em certas aplicações». Assim, a posição da empresa é a de que a tecnologia de reconhecimento facial «deve ser utilizada de forma responsável e ética, sendo fundamental encontrar um equilíbrio entre a segurança e a privacidade dos indivíduos».